O comandante em suplência da Companhia do Minho da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS), antigo GIPS da GNR, tenente Afonso Viana, foi este domingo chamado de urgência ao comando nacional em Coimbra devido ao elevado número de baixas médicas no jogo Vizela-Vitória SC (0-1).
Ao que O MINHO apurou, ao contrário do inicialmente veiculado, o tenente Afonso Viana não foi afastado de funções, tendo sido chamado para explicar as circunstâncias que o levaram a recusar participar com os seus operacionais no policiamento daquela partida da I Liga.
Aquele oficial da GNR terá que se apresentar, ao início da manhã desta segunda-feira, no Comando Nacional da UEPS, situado em Coimbra, para explicar ao brigadeiro-general José Rodrigues acerca da ausência dos seus militares para policiar o jogo.
A maioria dos militares da 11.ª Companhia da UEPS (antigamente GIPS), que abrange os distritos de Viana do Castelo, de Braga e também o Porto, estão quase todos de baixa médica, num total de cerca de quatro dezenas.
Essa situação levou a que a Companhia do Minho da UEPS, como é conhecida no seio da Guarda Nacional Republicana, não estivesse em condições de, por sua vez, substituir militares, também de baixa médica, do Comando Territorial de Braga da GNR.
São militares de montanha
Além do mais, aquele oficial da GNR terá alegado não dispor os seus poucos militares em funções de material de proteção (capacetes, escudos, viseiras e armaduras), nem de treino para policiar futebol, o que não terá caído bem na hierarquia da GNR.
Os militares da UEPS da GNR, simultaneamente agentes da autoridade e agentes da proteção civil, estão mais vocacionados, à partida, para a extinção de incêndios e intervenções em catástrofes, para além da busca e do socorro de montanhistas perdidos.
Entretanto, sabe-se que o Comando Territorial de Braga da GNR teve inclusivamente que recorrer a militares das patrulhas às ocorrências, idos de vários postos, como da área de Vila Verde, para os destacar no policiamento do jogo Vizela-Vitória, este domingo à tarde.
Revolta na GNR de Braga
A chamada de urgência do tenente Afonso Viana está a causar uma onda de revolta com a hierarquia e de solidariedade para com aquele oficial, não só no seio da UEPS (ex-GIPS), como com militares do Comando Territorial da GNR, na Rua do Taxa, em Braga.
Antes de ingressar no então Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS), a atual Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, o tenente Afonso Viana foi adjunto do Comando do Destacamento Territorial da GNR de Barcelos.
Natural e residente em Braga, encontrava-se no Quartel da UEPS instalado em Braga há precisamente quatro anos, primeiro alferes e mais tarde tenente, como adjunto do Comando, sendo atualmente o comandante em suplência.
Afonso Manuel da Mota Viana é um jovem oficial da GNR muito prestigiado em Braga, muito conhecido pelas suas ações de voluntariado, tendo sido operacional dos Bombeiros Voluntários de Braga e colaborador assíduo do Hospital Central de Braga.
A 11.ª Companhia da UEPS está baseada na Quinta de São José, da freguesia de São Pedro de Merelim, em Braga, ocupadas principalmente pela Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho, operando em Viana do Castelo, Braga e Porto.
Na sua dependência direta estão os Centros de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez, de Braga, de Fafe e de Baltar (Paredes), visando também o combate inicial e ampliado aos incêndios florestais, para além de outras ocorrências.
Notícia atualizada às 12h39 com a informação de que não foi afastado.