Um investimento de 4,5 milhões de euros vai transformar uma casa devoluta que a Câmara de Vila Nova de Cerveira vendeu em hasta pública, por 360 mil euros, em hotel e criar 40 postos de trabalho, foi hoje divulgado.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Rui Teixeira, disse que a intenção do promotor é “iniciar, em 2023, a construção da nova unidade hoteleira, com mais de 100 quartos, estimando a sua conclusão para 2025”.
“A estimativa de investimento do promotor é de 4,5 milhões de euros na transformação do imóvel em unidade hotelaria”, destacou Rui Teixeira.
Segundo o autarca socialista, “a escritura da venda do imóvel vai ser assinada em novembro”, mas o promotor nacional que comprou a Casa Vermelha, como é localmente conhecida, “já iniciou os primeiros contactos para a elaboração do projeto de arquitetura”.
A venda do imóvel em hasta pública foi iniciada em setembro e concluída no início deste mês, com a abertura das propostas.
De acordo com o anúncio da hasta pública, disponível na página oficial da Câmara de Vila Nova de Cerveira na Internet, o imóvel “encontra-se devoluto, livre de pessoas e bens, não se encontrando afeto a qualquer uso ou serviço municipal, não sendo a respetiva propriedade necessária à prossecução de fins de interesse público, devendo promover-se a sua administração e rentabilização”.
A Casa Vermelha, inscrita na matriz em 1966, é um edifício localizado junto à piscina municipal de Vila Nova de Cerveira, virada para o rio Minho.
Construída “em pedra e cal, coberta a telha tipo mourisca, que do lado norte tem anexado um torreão, uma espécie de mirante”, o edifício urbano com dois pisos tem uma área total de terrenos de 355.000 metros quadrados e uma área de implantação do edifício de mais de 159.240 metros quadrados.
O imóvel fica situado no lugar da Varziela, na União de Freguesias de Vila Nova de Cerveira e Lovelhe.
Rui Teixeira frisou que a criação de unidades hoteleiras “é uma necessidade para quem visita o concelho poder pernoitar e dinamizar a economia local”, tal como a construção de “habitação para fixar gente no concelho”.
“Este investimento é muito importante, sendo a estratégia principal do concelho assente na cultura e no turismo, já que indústria é um setor bastante desenvolvido. Sem hotelaria essa estratégia cairia por terra”, sustentou.
Rui Teixeira sublinhou que, “este ano, o concelho sentiu uma forte afluência de turistas” e acrescentou que o diretor da Pousada da Juventude lhe reportou “uma necessidade muito grande de camas no concelho, admitindo até que reencaminhava turistas para outros locais, face à falta de reposta local”.
“Sobretudo nos meses de verão, houve muita procura e não havia camas em Vila Nova de Cerveira. As unidades existentes estiveram sempre cheias, o Inatel também acaba por estar sempre ocupado e não havia onde pernoitar em Vila Nova de Cerveira, o que é um problema em termos económicos e turísticos”, indicou.
Para fixar mais pessoas em Cerveira, Rui Teixeira apontou três projetos promovidos por privados, que disponibilizarão mais de 200 casas no centro da vila.
“Com estas novas habitações, a construção, em curso, do Palco das Artes, um auditório com 408 lugares, orçado em 2,7 milhões de euros e conclusão prevista até ao final do verão de 2023, bem como a revitalização do mercado municipal, vai ser criar uma grande dinâmica económica no centro da vila”, sustentou.