A tomada de posse dos novos órgãos da União das Freguesias de Souto Santa Maria, Souto S. Salvador e Gondomar, em Guimarães, não decorreu com a tranquilidade que a vitória do PS (52,45%), nas eleições de 26 de setembro, fazia esperar. A GNR acabou por ter que ser chamada ao local.
Nada de novo relativamente à esperada tomada de posse de Fernando Cardoso (PS) como líder do novo executivo da União de Freguesias. Contudo, a Coligação Juntos por Guimarães, segunda força mais votada nas eleições autárquicas (42,50%), apresentou uma lista à Assembleia de Freguesia. A situação foi, porventura, inesperada porque a votação de dia 26 ditou cinco mandatos para o PS e quatro para a Coligação.
A votação fez-se, depois de as listas serem anunciadas e, segundo a jornalista Carolina Pereira do jornal Reflexo Digital, presente no local, os esclarecimentos foram repetidos duas vezes: Lista A – PS e Lista B – Juntos por Guimarães.
O facto é que a lista da Coligação Juntos por Guimarães, encabeçada por Ana Cláudia Ribeiro, obteve cinco votos e a lista do PS apenas quatro. O resultado foi anunciado pelo presidente da Junta perante a Assembleia. Este resultado gerou o caos, com os membros da lista socialista, encabeçada por José Luís Ribeiro, a não aceitarem a votação.
Fernando Cardoso acabou por se decidir por uma nova votação, sem a anuência dos eleitos pela Coligação que retiraram a sua lista e entregaram os boletins de voto abertos. A GNR foi chamada ao local pelo cabeça de lista da Coligação à União de Freguesias, Eduardo Fernandes. “Porque se criou um ambiente intimidatório perante a pessoa que os socialistas identificaram que tinha votado na Coligação.”
Fernando Cardoso diz que “o que sucedeu foi que as listas não estavam bem esclarecidas, os boletins de voto não estavam identificados.” O presidente da União de Freguesias, reeleito, tem uma versão distinta sobre a segunda votação. Para Fernando Cardoso, a Coligação apresentou lista neste segundo escrutínio e os quatro elementos votaram em branco. O presidente da União de Freguesias diz não temer que estes resultados venham a ser impugnados.
“Há um sistema montado em que os membros do PS nem concebem que o Partido pode perder uma eleição, quando isso acontece, foi um erro”, acusa Eduardo Fernandes. A Coligação afirma que a instalação da Assembleia de Freguesia, nos termos em que foi feita, “desrespeitando uma votação”, está ferida de ilegalidade e vai avançar com o caso para tribunal. “Não podemos votar até obtermos o resultado que eles querem”, queixa-se Eduardo Fernandes.
O executivo, por indicação do presidente da União de Freguesias, passou a ter a seguinte composição: Fernando Cardoso, presidente, Ana Isabel Ribeiro, secretária, e Adolfo Ferreira, tesoureiro.