O novo líder do PSD de Amares, Isidro Araújo, adiantou esta segunda-feira que o “seu” candidato à câmara local, nas próximas autárquicas, é o atual presidente do município, Manuel Moreira, eleito pelo PS.
“A minha decisão é esta: Manuel Moreira será o candidato do PSD à câmara e já tenho o seu acordo para essa candidatura”, disse Isidro Araújo, eleito no sábado presidente da Concelhia social-democrata de Amares.
Manuel Moreira disse que a sua candidatura pelo PSD “ainda não é oficial”, mas sublinhou que há “um acordo de princípio e, acima de tudo, a palavra”.
“E eu sou um homem de palavra”, sublinhou.
Nas Autárquicas de 2013, o PS, com uma lista encabeçada por Manuel Moreira, ganhou as eleições para a câmara de Amares, mas sem maioria absoluta.
O PS elegeu três vereadores, um movimento independente elegeu dois e a coligação PSD/CDS outros dois.
Em outubro de 2015, Manuel Moreira exonerou de funções o seu vice-presidente, Jorge Tinoco, líder da Concelhia socialista.
Para o seu lugar, escolheu Isidro Araújo, que tinha sido o cabeça de lista da coligação PSD/CDS.
“As relações com Jorge Tinoco tornaram-se incomportáveis, porque ele não fazia nada na câmara, chegou a abster-se em algumas votações, andava por trás a minar tudo e a dizer mal do executivo. Não havia confiança e tive de fazer uma coligação com o PSD para poder governar”, explicou Moreira.
Segundo o autarca, a coligação, válida para o atual mandato, “tem vindo a funcionar muito bem”, pelo que “não há razão para não ter continuidade”.
Face à exoneração de Jorge Tinoco, o PS de Amares retirou a confiança política a Manuel Moreira, uma decisão entretanto apoiada e ratificada pela Federação Distrital de Braga do partido.
No entanto, Moreira continua, para já, militante do PS.
Jorge Tinoco já refutou as acusações de Manuel Moreira e também já as devolveu, afirmando que o autarca cometeu “uma deslealdade muito grave” para com o PS e “virou totalmente as costas” a quem votou na lista socialista.
Tinoco admitiu que se absteve “em uma ou duas situações”, mas apenas porque não tivera conhecimento prévio das propostas, apesar de serem matérias dos pelouros que detinha.
“Quanto às outras acusações, elas entram no domínio do delírio e, como tal, não as vou comentar”, disse ainda.
Para o líder concelhio do PS, Moreira “é uma carta fora do baralho” do partido para as próximas eleições autárquicas.
“Foi o PS que, de uma forma unilateral, me retirou a confiança política e descartou a possibilidade de me recandidatar, foi o PS que deu esses passos em frente”, frisou Manuel Moreira.