A aposta da Câmara de Caminha numa educação inclusiva traz uma novidade este ano: a terapia assistida por cães nos seus programas, beneficiando alunos identificados pelo Agrupamento de Escolas de Caminha, com necessidades educativas especiais.
O respetivo protocolo, adiantou hoje a autarquia em nota enviada à imprensa, será celebrado com a Associação de Ação Social ETHOS e foi aprovado na última reunião do executivo, abrangendo nove alunos.
A autarquia explica que a Associação irá realizar uma sessão por semana, estimando-se que, em função do calendário escolar, cada aluno beneficie de 33 sessões.
“Esta prática educativa tem benefícios cientificamente reconhecidos, mas ainda não é generalizada no nosso país, sendo, porém, há alguns anos, uma aposta do executivo e do Agrupamento de Escolas de Caminha”, revela a Câmara.
O objetivo do Município é “apoiar a promoção de um processo de ensino/aprendizagem inclusivo, que permita responder à diversidade de caraterísticas e necessidades de todos os alunos, sem exceção, tendo em vista o sucesso educativo”.
Neste ano letivo, e com este protocolo, o município vai investir aproximadamente 13 mil euros.
Para a Câmara, pretende-se “melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens com deficiência, incapacidades, em risco de exclusão social, expostos a episódios traumáticos, hospitalizados de longa duração, ou outras necessidades especiais suscetíveis de intervenção, no âmbito da educação, da saúde ou da assistência social”.
De acordo com a ETHOS, a Intervenção Educativa e Terapêutica Assistida por Cães (IETAC) “são interações nas quais um cão de terapia é incorporado como parte do processo educativo ou terapêutico, com o objetivo direto de promover a melhoria nas funções físicas, sociais, emocionais e cognitivas do utente. Sempre devem estar dirigidas por profissionais da saúde ou da educação”.
Conforme explica a Associação, as investigações “provam que a presença do cão de terapia associa-se a sensações de tranquilidade e relaxamento assim como à redução do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea. Também se associa a um aumento da interação social, atuando ao que parece, como catalisadores sociais, realizado em grande variedade de meios, de maneira individual ou em grupo”.
“É importante ter em conta que não falamos da substituição das terapias clínicas nem dos métodos educativos, mas sim como complemento aos mesmos. Ao contrário do que acontece noutros países e apesar da quantidade de referências históricas que documentam este tipo de terapia associada a uma grande variedade de patologias clínicas, todavia é uma prática pouco utilizada em Portugal. As investigações estão a evoluir de maneira notória e este é um bom caminho para seguir a desenvolver as terapias e a melhorar o vínculo humano-cão assim como a ponte que os cães de terapia criam entre o terapeuta e o utente”, conclui a associação.