No primeiro fim de semana de agosto, vai realizar-se em Arco de Baúlhe, Cabeceiras de Basto, o Fim de Semana do Pau, que funciona como um “chamamento” para a Romaria em Honra de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe, que decorre um mês depois.
Este evento “peculiar e genuíno”, que acontecerá nos dias 06 e 07 de agosto, é constituído por duas iniciativas complementares, que contêm, no entanto, programas distintos: a Noite do Pau, no sábado, e a Erguida do Pau da Bandeira, no domingo.
A Noite do Pau foi criada e anexada à Erguida do Pau da Bandeira em 2016, sendo que o registo físico mais antigo da existência da última no Arco de Baúlhe data do ano de 1910.
Estas duas iniciativas apresentam um expressivo caráter etnográfico (cortejos, trajes, cantares/dançares e gastronomia), que pretende representar o Minho Interior e Rural, os seus costumes e as suas tradições. A população enverga, durante toda a iniciativa, os trajes típicos do Minho Interior.
“Nos moldes como é executado (tamanho do tronco levado a erguer, cortejos etnográficos e, principalmente, o envolvimento comunitário), este Fim-de-Semana do Pau é exclusivo, em Portugal, do Arco de Baúlhe”, assinala a Comissão de Festas.
Durante o cortejo etnográfico da Noite do Pau, um tronco de eucalipto com cerca de 15 metros é transportado ao ombro pelos jovens rapazes arcoenses, o qual, chegado o cortejo ao recinto da festa, é ensebado e convertido no tradicional Pau-de-Sebo (no topo é colocado o prémio para quem o conseguir escalar o Pau durante a festa).
Durante o cortejo etnográfico da Erguida do Pau da Bandeira, um tronco de eucalipto com cerca de 25 metros (a pesar mais de meia tonelada) é transportado com a ajuda de juntas de vacas, o qual, chegado o cortejo ao recinto da festa, é-lhe colocado o mastro com a bandeira das cores da freguesia e depois erguido com a força dos homens presentes, ficando levantado até ao mês de julho do ano seguinte.
Em termos gastronómicos, na Noite do Pau destacam-se a Seiva do Mastro (uma bebida exclusiva desta noite, cuja receita é mistério), oferecida aos participantes do cortejo etnográfico, o Ramo do Emigrante (cabaz disposto numa estrutura de madeira estratificada), que é leiloado no recinto e o merendeiro popular, cujos participantes costumam levar, já confecionado a partir das suas casas e o qual dispõem nas mesas colocadas para o efeito, partilhando-o ao longo de toda a noite. Na Erguida da Pau da Bandeira, destacam-se as oferendas (doces convencionais, plantas, animais domésticos, etc.), que depois são leiloadas no recinto, o pão benzido durante a missa campal da manhã e o vinho da pipa (servido apenas nas canecas alusivas à Erguida do Pau).
Em termos musicais, a Noite do Pau é animada pelos bombos e por duas charangas (em 2019, substituíram as Bandas Filarmónicas), que se debatem num animado despique. A Erguida do Pau é animada por um rancho folclórico. Durante os cortejos, as pessoas cantam e dançam ao som dos instrumentos tradicionais.