Uma cidadã brasileira acusou um inspetor do SEF de violação no Aeroporto de Lisboa. A ocorrência terá ocorrido precisamente na mesma sala onde o ucraniano Ihor Homeniuz foi assassinado em 2020, e que não há câmaras de videovigilância.
O caso foi revelado pela CNN Portugal, e o blog Portugal Giro, do jornal O Globo, confirmou a nacionalidade da mulher com uma fonte do SEF.
A brasileira entrou em Lisboa como turista, mas foi levantada a suspeita que pudesse ficar como residente irregular no espaço Schengen. Então a alegada vítima conta que foi transportada de carro pelo agente até o Centro de Instalação Temporária (CIT) do aeroporto, onde terá sido violada.
A mulher acabou mesmo por regressar ao Brasil, mas voltou a Portugal para fazer a denúncia, o que não fez antes por sentir medo e vergonha, conforme disse em um dos seus depoimentos.
A brasileira prestou alguns depoimentos e já houve reconstituição dos factos. A mulher de 35 anos também já identificou o agente no meio de mais de 10 homens.
O ministro da Administração Interna afirmou esta sexta-feira que os procedimentos de responsabilização interna foram acionados.
“A partir do momento em que há uma participação dessa natureza, todos os procedimentos de responsabilização são acionados”, afirmou José Luís Carneiro.
Questionado sobre se o inspetor suspeito ainda está em funções, José Luís Carneiro afirmou que “o facto de haver uma participação não significa que alguém seja culpado”.
“É preciso demonstrar que há indícios suficientes para se poder proceder nesse termo”, acrescentou, escusando-se a prestar mais esclarecimentos sobre o caso, por se encontrar em segredo de justiça.
O SEF apenas esclareceu que “a queixa em apreço é por assédio sexual e não por violação”, recusando-se a fazer mais comentários sobre o caso.