A coordenadora-geral da candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027, Cláudia Leite, apelou hoje à comunidade para “continuar a contribuir” para melhorar a proposta apresentada, que acaba de passar à fase final de seleção.
Em comunicado, Cláudia Leite afirmou que é agora tempo de reflexão conjunta sobre o que pode ser melhorado na proposta.
“O júri internacional fez um conjunto de recomendações que seguiremos. Mas queremos desde já lançar o apelo à comunidade para continuar a contribuir para este processo, que queremos que se mantenha tão ou mais participado”, sublinhou.
As cidades de Braga, Ponta Delgada, Aveiro e Évora são finalistas a Capital Europeia da Cultura em 2027, anunciou hoje a organização, em Lisboa.
Escolhidas entre 12 municípios que apresentaram uma candidatura, aquelas quatro cidades passam, assim, para a fase final do processo de escolha da Capital Europeia da Cultura em 2027.
Foram submetidas candidaturas por Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Vila Real.
“Com o tema ‘Tempo de Contemplação’, o dossiê de candidatura de Braga reclama a urgência de ter tempo para pensar, contemplar o que nos rodeia, para respirar fundo e só depois passar à ação, agindo em sintonia com a arte, com a comunidade, com a natureza e com a Europa”, acrescenta o comunicado.
A candidatura reflete o trabalho de auscultação à população que tem vindo a ser desenvolvido desde 2018.
O programa artístico para 2027 conta, entre outros projetos, com propostas que surgiram da ‘open call’ dirigida à comunidade local.
“O programa está dividido em quatro grandes eixos, que resultam das questões identificadas ao longo deste processo de escuta da cidade”, acrescenta.
Um dos eixos apresenta projetos que fomentam práticas colaborativas e o envolvimento de cidadãos na participação cultural, procurando a integração e a dinâmica de vizinhança ou “de bairro”.
Outro eixo está pensado para intensificar a relação entre o urbano e o rural, para aproximar estes dois territórios do concelho e encontrar soluções através da cultura para uma maior presença da natureza e de espaços verdes num contexto de cidade.
Um terceiro eixo reúne projetos que se focam no desenvolvimento do espírito crítico e da participação cívica dos cidadãos.
“Através das artes e da cultura, procura-se quebrar o apatia e desinteresse generalizados que hoje se sente não apenas em Braga, mas em toda a Europa e no mundo. Este conjunto de projetos pretende reaproximar os cidadãos do seu lugar de interveniente ativo na sociedade”, lê-se no comunicado.
O programa artístico do Braga’27 inclui também um eixo exclusivamente dedicado ao setor cultural e criativo, em que se delineiam projetos que visam apoiar a criação artística no concelho, criando condições de trabalho, dando formação, apoiando a internacionalização e promovendo o intercâmbio com artistas europeus e mundiais.
De acordo com o Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC), a cidade escolhida para Capital Europeia da Cultural 2027 será designada entre dezembro deste ano e janeiro de 2023.
Em 2020, o Ministério da Cultura revelou que a verba disponível para a Capital Europeia da Cultura 2027 será de 25 de milhões de euros.
A Capital Europeia da Cultura é uma iniciativa comunitária, que teve início em 1985 e tem como objetivo promover anualmente a dinamização cultural e a qualidade de vida de diferentes cidades da Europa.
No passado, três cidades portuguesas receberam o título de Capital Europeia da Cultura: Lisboa, em 1994, Porto, em 2001, e Guimarães, em 2012.
Em 2027, o título de Capital Europeia da Cultura vai ser partilhado entre uma cidade portuguesa e uma da Letónia.