Uma onda de solidariedade, iniciada no grupo de Facebook “Forum Cidadania Braga”, está a mobilizar alguns proprietários de habitações desocupadas, de forma a ceder o espaço a profissionais de saúde que correm sério risco de infeção no trabalho e de propagação aos familiares.
Esta é uma forma de proteger as famílias dos profissionais que lutam contra a Covid-19, explica Alexandre Santos, proprietário de uma unidade de Alojamento Local na Avenida da Liberdade.
Foi ele quem iniciou este movimento, tendo já cedido as instalações a uma profissional de saúde, para que esta não tenha de ir para casa correndo o risco de infetar os familiares, que se enquadram no grupo de risco.
“Decidimos ceder a apenas essa médica pois em caso de contágio apenas afeta uma profissional de saúde”, explica.
“O que eu peço é que quem tiver casas e consiga que ceda as casas e quem tiver alojamentos locais que pagam rendas, que pelo menos aluguem ao valor que o senhorio lhes aluga por um mês”, acrescenta, relembrando que “não é tempo de fazer dinheiro”.
Também Luz Pedro, de Vila Verde, colocou um apartamento vago à disposição: “Sei que é difícil conjugar a família e trabalho neste momento horrivel”, afirma, indicando que o espaço “tem tudo o que faz falta” e é cedido “gratuitamente”.
Luz explica que tem “alguém” que ama no “meio hospitalar” e que teve de se afastar por ser considerada grupo de risco.
Leonídia Azevedo, de Braga, já se mostrou disponível para ceder um apartamento “completamente equipado, que está à disposição para algum profissional de saúde que precise de ficar em quarentena”.
Aos poucos, as publicações neste sentido vão aumentado, fornecendo uma nova esperança aos profissionais de saúde que não têm outro espaço para viver durante os próximos tempos e que têm familiares dentro do considerado grupo de risco para a Covid-19.
Número de casos confirmados sobe para 245
O número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu de 169 para 245 em Portugal nas últimas 24 horas, anunciou, este domingo, a Direção-Geral da Saúde (DGS). Um aumento de 87 casos em relação a sábado.
Na região Norte, os números subiram de 77 para 103 casos confirmados. Na Grande Lisboa, são já 113 casos positivos.
De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, há 281 casos suspeitos que aguardam resultado laboratorial, mais do dobro de sábado.
Segundo a mesma nota, 4.592 pessoas estão sob monitorização das autoridades de saúde, menos do que no sábado (5.011).
Estão nove utentes internados em estado grave/crítico, menos um do que no sábado.
Há já dois pacientes dados como curados.
No Algarve são 10 casos, mais dois do que ontem, enquanto que no centro também subiu para 10 casos.
Existem no momento 14 cadeias de transmissão ativas.