O programa ‘Bluetech Accelerator’ contribuiu para a redução de 13 mil toneladas de emissões de carbono nos negócios dos portos de Leixões, Douro e Viana do Castelo, anunciou hoje o Ministério do Mar.
“O relatório do impacto deste programa, que teve gestão técnica da consultora de inovação colaborativa Beta-i, é agora divulgado e revela claramente impactos positivos na redução da pegada de carbono (por exemplo, redução de 13.000 toneladas de emissões de carbono no negócio da APDL – Portos de Leixões, Douro e Viana do Castelo ou até 40% para clientes da ‘startup’ Bizcargo)”, indicou, em comunicado, o executivo, citando dados do relatório de impacto do programa.
Já no porto de Sines, a redução de carbono estimada ronda as 7.900 toneladas.
Por outro lado, o ‘Bluetech’ permitiu reduzir o impacto económico de 210.000 euros por navio ao ano no grupo ETE.
Adicionalmente, foram estabelecidos 18 projetos-piloto e assinados cinco acordos de negócio entre ‘startups’ (empresas com rápido potencial de crescimento económico) e as organizações líderes.
Em negociação permanecem ainda mais quatro acordos.
No documento, o Ministério do Mar destacou ainda a tecnologia ‘Bound4Blue’, “uma solução de vela com base num projeto aeronáutico”, que possibilitou uma diminuição de 640 toneladas de combustíveis por ano no conjunto dos dois navios analisados do grupo ETE, o equivalente a “eliminar mais de 2.000 toneladas de emissões de CO2 [dióxido de carbono] e um impacto económico aproximadamente de 400.000 euros por ano”.
As projeções do grupo no piloto com a ‘Bound4Blue’ apontam para um impacto económico de 210.000 euros por navio ao ano.
No âmbito deste programa, o porto de Sines e a i4Sea desenvolveram também um projeto-piloto para otimizar a disponibilidade de cais nos portos.
“Para além do potencial aumento de receita do porto, demonstrou-se uma redução de custos na ordem dos 144.000 euros por navio por se evitarem esperas por indisponibilidade de cais”, exemplificou.
O grupo ETE, em parceria com Surclean, que se dedica à limpeza de embarcações e navios, por seu turno, “provou reduzir os custos operacionais associados de cerca de 29 milhões de euros”, através de métodos de tecnologia a laser.
Outro dos exemplos apontados pelo Governo é o piloto desenvolvido pela MariOne, que consiste num sistema de alerta para mercadorias perecíveis em carga contentorizada.
Segundo os dados disponibilizados, a tecnologia tem capacidade para gerar um crescimento económico anual de cerca de 500.000 euros para uma frota.
“O programa ‘Bluetech Accelerator’ é uma iniciativa pioneira que ajudou a gerar as condições necessárias para dinamizar negócios inovadores no âmbito da Economia do Mar em Portugal, nomeadamente nas áreas da investigação, desenvolvimento e inovação”, explicou, citado no mesmo documento, o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos.
Esta iniciativa faz parte do programa ‘Ocean Portugal’, desenvolvido pelo Ministério do Mar e pela FLAD, sendo coordenado pela Direção-Geral de Política do Mar e implementado pela Beta-i.
Este programa tem como objetivo o desenvolvimento da inovação e empreendedorismo na economia do Mar.
O ‘Bluetech Accelerator’ convidou ‘startups’ e organizações a desenvolverem projetos para “solucionar desafios correntes”, que têm impacto na atividade destas entidades.
No total, responderam 87 candidatos de todo o mundo, tendo sido selecionadas 11 ‘startups’.
As organizações líderes (APDL, ETE e APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve) desenvolveram 18 projetos focados na redução da pegada de carbono e dos custos operacionais, bem como na melhoria das condições de segurança.