A coordenadora do BE apontou hoje falta de clareza e jogos na disputa eleitoral, considerando que, quem se lembra da maioria absoluta do PS ou de governos de direita, sabe que é à esquerda que estão as soluções.
Catarina Martins apresentou hoje, em conferência de imprensa na sede do partido, o programa eleitoral com o qual o BE se apresenta às legislativas antecipadas de 30 de janeiro, no qual se pode ler precisamente que “nem maioria absoluta, nem bloco central” nas próximas eleições e que “é o reforço da esquerda que trava a derrapagem para o pântano político e para a estagnação social e que impõe compromissos claros que defendem o país”.
“Há muita gente que se lembra do que é uma maioria absoluta do PS, há também muita gente que se lembra do que é um governo de direita e por isso tenho a certeza de que neste país há tanta gente que sabe que é com a esquerda que vai ter soluções para o salário, para a saúde, para a escola, para a habitação, para o clima e é essa disputa que nós temos de fazer destas eleições”, respondeu aos jornalistas.
A propósito dos cenários de governabilidade, a líder do BE afirmou que tem “ouvido muito jogo” e até partidos que dizem que “tanto podem fazer acordos à direita ou à esquerda”, criticando a falta de clareza.
“As pessoas estão muito cansadas e não precisam de umas eleições sobre jogos políticos, precisam de escolher um programa para o país”, apelou.
Essa clareza é aquela que Catarina Martins garantiu que o partido tem tido, ou seja, a disponibilidade para “acordos estáveis que transformem a vida das pessoas e respondam às condições fundamentais do salário, da saúde, da educação, da habitação, do clima”.
A coordenadora bloquista apontou ainda repetidas discussões sobre “se o bloco central se entende ou não entende e quem é que tem o dever de apoiar quem, como se as eleições fossem um jogo sobre que partido é que está de turno na governação do país e não uma decisão fundamental sobre as transformações de que o país precisa”.
“Estas eleições têm que ser para discutir quais são as soluções que os partidos trazem para responder a problemas porque será a força dessas soluções que depois vão construir as soluções de maiorias parlamentares e de Governo”, insistiu, assegurando que o programa do BE é “de transformação”.
Insistindo na necessidade de “uma maioria à esquerda na Assembleia da República” e de “vontade de assumir compromissos”, Catarina Martins afirmou que “estas eleições não são sobre a viabilização de um Orçamento do Estado, são sobre uma legislatura”.
“Aquilo que nós queremos é abrir um novo ciclo político”, afirmou, considerando que “o país não precisa de mais impasse, precisa de soluções”.