O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está sob consulta pública. O documento contém as opções em termos de reformas estruturais que o Governo acha necessária para sair da crise, após a pandemia. A ligação entre Guimarães e Braga em metrobus, apesar de ter sido apresentada no Plano de Investimentos 2030, como parte da “Promoção de Soluções Inovadoras e inteligentes de modalidade urbana”, referenciados não é mencionada no PPR.
O PRR beneficia de um envelope financeiro total de 16.643 milhões de euros, composto por 13.944 milhões de euros em subvenções e por 2.699 milhões de euros em empréstimos.
O PPR está alinhado com os Seis Pilares Relevantes da política da UE: transição verde; transformação digital; crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, incluindo coesão económica, emprego, produtividade, competitividade, investigação, desenvolvimento e inovação, e um mercado único em bom funcionamento com pequenas e médias empresas (PME) fortes; coesão social e territorial; saúde e resiliência económica, social e institucional, inclusive com vista ao aumento da capacidade de reação e preparação para crises; e, políticas para a próxima geração, crianças e jovens, incluindo educação e qualificações.
O investimento está centrado em três grandes áreas temáticas: resiliência, transição climática e transição digital. Cada uma delas é composta por diversas componentes, subdivididas em reformas que, por sua vez, são consubstanciadas através de projetos.
A dimensão “transição climática” do PPR tem 96 milhões de euros para apoiar a aquisição de frotas de transportes públicos limpos e a instalação dos respetivos postos de carregamento/abastecimento.
É na dimensão “transição climática”, na componente “mobilidade sustentável” que estão referenciados vários investimentos que foram apresentados no Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030. É o caso da expansão da rede de metro de Lisboa (304 milhões de euros), a expansão da rede de metro do Porto (299 milhões de euros), o metro ligeiro Odivelas-Loures (250 milhões de euros) e a linha BRT (Bus Rapid Transit), para ligação da praça do Império à praça Mouzinho de Albuquerque em metrobus.
Não consta neste PPR nenhuma referência à ligação entre Guimarães e Braga, nem por metro ligeiro, como começou por aventado por Domingos Bragança, nem por metrobus como passou a ser referido depois da apresentação do PNI 2030, em outubro de 2020, em Braga.
Guimarães poderá ainda beneficiar, de forma indireta, dos apoios ao abrigo desta dimensão do PPR, através da aquisição de autocarros elétricos pela nova concessionária do serviço de transporte público de passageiros.
Recentemente o CEO da Vale do Ave, Fernando Salgado, fez saber que os 23 autocarros para a concessão de transportes de Guimarães são esperados em novembro deste ano e que foram adquiridos sem recurso a nenhum apoio, uma vez que as candidaturas estavam fechadas. Com um investimento inicial de 13 milhões de euros a que se juntam mais dois milhões ao longo dos dez anos da concessão, Fernando Salgado revelou muita expetativa nos quadros comunitários de apoio que possam vir a abrir nesta área.