A Câmara de Barcelos aprovou a adjudicação, por 2,7 milhões de euros, da recuperação e remodelação da Casa Conde Vilas Boas, para lá instalar o Museu do Design Português, com o acervo do colecionador Paulo Parra, divulgou hoje.
Em comunicado, o município acrescenta que o prazo de execução da obra é de 18 meses, sendo o investimento comparticipado em mais de 2,2 milhões por fundos europeus.
A Casa Conde Vilas Boas é um edifício histórico setecentista, em pleno Largo do Município, que se encontra degradado, sendo objetivo do Município fazer uma intervenção com “reabilitação integral”, para criar uma estrutura vocacionada para a memória da cidade e para a realização de eventos que possam atrair dinâmicas de outras instituições.
Vai acolher o Museu do Design Português, que contará com o acervo do colecionador Paulo Parra, composto por cerca de 500 peças, que representam as maiores empresas industriais e designers do país nas áreas da cerâmica, vidro, madeira, metal, plásticos e papel.
O protocolo para cedência, por 11 anos, daquele acervo, foi assinado em novembro de 2018.
O valor das prestações anuais a pagar pelo município a Paulo Parra é de 15 mil euros nos primeiros dois anos e de 35 mil nos seguintes.
Ao fim dos 11 anos, o protocolo pode ser renovado.
A Câmara terá direito de opção caso Paulo Parra decida vender a coleção.
Terá ainda de editar um livro bilingue sobre a coleção.
A “Coleção Paulo Parra” é constituída, nomeadamente, por “produtos de referência” de empresas como a Vista Alegre, Electrocerâmica, Porcelanas de Coimbra, Bordalo Pinheiro, Oliva, Hipólito e TAP, entre outras.
“Trata-se de um património artístico único na história do design, inovação e tecnologia portuguesas”, sublinha o município.
O município estima que aquele património tenha um valor “nunca inferior” a um milhão de euros, embora admita que se trata de um cálculo difícil de fazer, “dado não existirem referências nacionais ou internacionais, que possibilitem uma comparação, pela sua qualidade única”.
O município considera que, com a criação deste museu, dá um “importante contributo” para um maior conhecimento do design português.
Esgrime pareceres de Luís Braga da Cruz, ex-ministro da Economia, ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e professor catedrático convidado da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e de Paula Tavares, Diretora da Escola Superior de Design do Instituto Politécnico do Cávado e Ave, para vincar o “grande interesse para Barcelos” em acolher a “Coleção Paulo Parra”.
Paulo Parra é designer, professor e colecionador, tendo trabalhos nas áreas de Design de Produto, Transportes e Arquitetura, Design de Exposições, Design de Comunicação e Interfaces e Design Estratégico.