O presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), Luís Ceia, criticou o Governo por criar os Espaço Empresa nos municípios, lamentando que o projeto tenha “deixando de fora a casa das empresas”.
“Francamente não gostámos da forma como este processo foi conduzido. Podia ter sido conduzido de outra forma quando sabemos que cooperando todos ganhamos e quando temos um corpo jurídico e técnicos especializados. Qualquer dia corremos o risco de o país estar todo municipalizado”, afirmou.
O Espaço Empresa é uma iniciativa desenvolvida pelo IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação), em parceria com a AMA (Agência para a Modernização Administrativa) e a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal).
O Espaço Empresa de Viana do Castelo vai ser inaugurado na sexta-feira, às 10:00, no Serviço de Atendimento ao Munícipe (SAM) da Câmara Municipal, com a presença da secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann.
O Espaço Empresa é um balcão único de atendimento, destinado aos empresários que desejem realizar serviços e/ou obter informações inerentes ao exercício de uma atividade económica e ao ciclo de vida da sua empresa.
Luís Ceia, que falava em conferência de imprensa na sede da AEVC, para apresentar o Barómetro Empresarial, disse ser “favorável” a todas as medidas que visem a dinamização da atividade económica, mas lamentou que as associações empresariais tenham sido “deixadas de fora” do processo de criação das novas estruturas.
“Desde a primeira hora que não concordámos, manifestámos isso na sede própria, na Confederação Empresarial de Portugal, onde temos assento no conselho geral. Entendemos que as associações são a casa das empresas”, referiu.
“Os médicos estão para tratar ou cuidar da saúde das pessoas, os gestores para gerirem as empresas, os políticos para gerirem o dinheiro público, para gerir as empresas ou aconselhar as empresas estão as associações e os seus técnicos”, destacou.
O presidente da AEVC defendeu que o Espaço Empresa de Viana do Castelo “poderia ser integrado” nas instalações da associação, inauguradas em janeiro de 2016 num investimento que rondou o meio milhão de euros, com um apoio municipal de 120 mil euros.
“Temos instalações para isso. Poderíamos ganhar todos. Espero que, no futuro, como já tem acontecido noutros casos, não mandem os empresários para aqui (AEVC) para tirarem as dúvidas”, referiu.
O responsável acrescentou ter apresentado os contributos da AEVC para o plano nacional de investimentos que está a ser elaborado pelo Governo, no âmbito do Orçamento de Estado (OE) para 2019.
A continuidade da autoestrada A28 até Valença, a requalificação da Estrada Nacional (EN) 101, entre Valença e Melgaço, e a melhoria da ferrovia foram algumas das propostas que o presidente da AEVC disse ter apresentado numa reunião realizada na última sexta-feira, no Porto, com o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques.