A Associação dos Profissionais de Turismo do Minho (APROTURM) alertou hoje para uma eventual “crise prolongada e dolorosa” na região se se mantiver o “estado atual de ausência efetiva de foco” para relançar o setor.
Em comunicado, aquela associação apela ao Governo para a implementação de uma “política focada no relançamento” do Turismo no Minho, propondo seis medidas para constarem no plano de recuperação económica de Portugal, enviadas ao autor da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030.
Depois de traçar o cenário daquele setor nos distritos de Braga e Viana do Castelo, realçando a “ausência de informação e dados reais sobre o estado do tecido empresarial” do turismo na região, a APROTURM dá ainda conta do receio de se perder a “capacidade regional” se “no momento do redespertar para o relançamento da atividade, os profissionais do turismo se tenham desviado do setor”.
Aquela associação apela ao Governo para “criar uma Operação Integrada de Desenvolvimento para o Turismo da região do Minho, promover uma caracterização urgente do tecido empresarial, criar viveiros de microempresas para o setor do turismo”.
Entre as seis medidas apontadas, os responsáveis pedem ainda ao executivo para “reclamar a realização de reuniões, com caráter de urgência, dos Conselhos Consultivos de Turísmo Municipais, desenvolver um verdadeiro e estratégico programa de fomento da empregabilidade no setor do turismo regional, desenvolver um verdadeiro e estratégico programa de fomento da empregabilidade e apoiar a capacitação das estruturas associativas empresariais e profissionais para que possam contribuir para o relançamento do setor no acompanhamento das empresas ainda em funcionamento”.
Com as medidas sugeridas, aquela entidade do Minho pretende “meios para apoiar o efetivo reerguer do tecido empresarial, da empregabilidade”, identificar “o potencial instalado e conhecer o estado atual e futuro de capacidade de relançamento da atividade”e que sejam criados apoios com “financiamentos orientados à contratação de técnicos licenciados”.
A APROTRUM afirma que “vê com especial preocupação o futuro do turismo no Minho” e que a “manter-se o estado atual de ausência efetiva de foco, por parte das entidades oficiais nacionais, regionais e municipais de turismo no relançamento da atividade e do redesenhar de novas abordagens ao relançamento do setor, completamente parado, receia-se uma crise prolongada e dolorosa na região”.
O texto refere que, na fase que antecedeu a pandemia causada pela COVID 19, a APORTRUM tinha “já apelado para a necessidade de se reforçar a capacidade das empresas ligadas ao turismo no Minho”.
“Efetivamente registávamos uma significativa ausência de profissionais licenciados nas empresas de turismo da região. Constatavam-se então excelentes resultados para o turismo em Portugal e na Região Norte, mas não existiam políticas de reforço estratégico das empresas, quer pelo aumento da sua capacitação técnica e tecnológica, nem pelo reforço da capacitação do seu potencial humano”, lê-se.
Aquela associação salienta que “os programas de apoio à empregabilidade de quadros superiores eram praticamente quase inexistentes (limitando-se a medidas gerais sem qualquer visão estratégica para o reforço da capacitação em novas competências ao nível dos recursos humanos para o setor do turismo)”.
A associação refere ainda a “grave crise interna” do Turismo do Porto e Norte que, segundo a APOTRUM “não tem tido a capacidade de atuar de forma estratégica na construção e apoio ao desenvolvimento de um tecido empresarial mais forte”.
Apontando “a ausência de capacidade organizativa ao nível das estruturas associativas empresariais para apoiar o tecido empresarial do turismo da região minhota surge como uma fragilidade relevante”, a APOTRUM reconhece alguns esforços, nomeadamente do Governo e do presidente da República.