A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) declarou o “estado de emergência” na Ação Social, considerando “ridículo e anedótico” o aumento de seis camas no alojamento público anunciado para o ano letivo 2019/2020 que começa segunda-feira.
Em declarações à Lusa, o presidente da academia minhota, Nuno Reis, referiu ainda como “muito preocupante” o aumento do preço das senhas da cantina e mostrou “grande preocupação” com as contas que os atuais cerca de 20 mil estudantes e os estimados três mil vão ter que fazer para conseguirem fazer a licenciatura no Minho.
Nuno Reis apontou mesmo a preocupação que a pouca oferta de camas e o aumento “cada vez mais significativo” dos preços do alojamento privado venham a afastar estudantes da Universidade do Minho (UMinho) quer do polo de Braga quer dos polos de Guimarães.
“É ridículo e anedótico que o Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior (PNAES), com atualização publicada a 31 de agosto, anuncia que foram criadas mais seis camas para todos os estudantes da Universidade do Minho e outras instituições de Ensino Superior nas cidades de Braga e Guimarães, sendo que essas seis camas são todas em Guimarães”, afirmou.
Segundo referiu, “a falta de alojamento na UMinho é um problema que já vem de outros anos e que tem sido amplamente discutido, havendo mesmo a promessa de novas residências universitárias, mas o anúncio de um aumento de seis camas é menos do que uma gota no oceano para uma academia já com problemas e que vai receber cerca de mais três mil alunos”.
O responsável da AAUM, continuou, “a juntar ao custo do alojamento sempre a subir a que a ação Social não consegue dar resposta, agora aumentam novamente o preço da senha de alimentação” nas cantinas académicas.
“Perante tudo isto, resta-nos declarar o estado de emergência da Ação Social”, disse.
Quanto ao preço das senhas, segundo o comunicado da AAUM no sítio da internet, “a lei fixa o teto máximo dos preços a praticar pelos Serviços de Ação Social das instituições de Ensino Superior Portuguesas para o alojamento e refeição social em função do Indexante de Apoios Sociais (IAS), com valor atualizado anualmente”, sendo “permitida a cobrança de um valor máximo de 2,75 euros pela senha de refeição social (0,63% do IAS), e de 76,26 euros por cama em residência estudantil para estudantes bolseiros (17,5% do IAS), em vigor a partir ano letivo que está prestes a iniciar”.
Nuno Reis adiantou que o aumento na UMinho “há vários anos, através do Conselho de Ação Social, tem adotado uma estratégia que visa conter o efeito crescente dos custos indiretos da frequência no Ensino Superior na vida dos estudantes, onde se enquadra o alojamento e a alimentação” mas que este ano haverá um aumento de 0.5 cêntimos por senha, fixando-se nos 2.75 euros por refeição.
“Mais do que os 0,5 cêntimos, é o aumento do custo total das refeições e a indefinição dos custos com o alojamento que preocupa os estudantes porque não conseguem fazer uma estimativa de quanto vão precisar para estudar na UMinho e ou acabam por ir para outras universidades ou ter que pedir empréstimos”, apontou.