Vitorino Silva, candidato à Presidência da República, aproveitou hoje o debate televisivo com Marisa Matias para ‘embalar’ o comentário de Marcelo Rebelo de Sousa, no passado domingo, sobre as melhorias sentidas em Celorico de Basto depois de lá ter sido autarca durante “20 anos”.
No debate transmitido na RTP3, que deixou frente a frente o líder do partido RIR e a eurodeputada do Bloco de Esquerda, Vitorino Silva, mais conhecido como “Tino de Rans”, criticou falhas na saúde do país, dando como exemplo o concelho de Celorico de Basto, que tem como hospital de residência o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, em Penafiel, a cerca de 20 quilómetros.
“Tanto dinheiro para a saúde, mas há 700 mil pessoas que não têm médico de família nem condições nas suas terras”, disse o candidato nortenho, afirmando que “as pessoas da terra da avó do Marcelo não têm uma ressonância magnética”, referindo-se a Celorico de Basto. “Têm de vir para o Hospital de Penafiel, as pessoas de Celorico de Basto”, reforçou.
“Fui autarca 20 anos na autarquia mais pobre de Portugal, Celorico de Basto”
Vitorino Silva disse ainda que gostava de perguntar a todos os candidatos se têm médico de família, apontando essa como uma falha enorme no Serviço Nacional de Saúde.
Noutros temas do debate, Marisa Matias criticou o método populista de alguns candidatos, afirmando que o populismo é “uma ameaça porque desvirtua” as respostas, e reforçou a ideia que o esforço de cooperação europeu na área da vacina contra a covid-19 foi algo “notável”, mas quer saber de quem é a “propriedade da vacina”.
A bloquista disse ainda que a chamada ‘bazuca europeia’ de fundos europeus para os próximos anos não contém valores suficientes e que foi “alterada” por mais do que uma vez.
Já Vitorino Silva diz que vai esperar para ver se esses fundos são gratuitos ou não e preferiu deixar críticas a Marcelo, nomeadamente na atuação no caso Tancos.
“Tenho a certeza que Marcelo sabia de tudo o que se passava. Se o Comandante Supremo das Forças Armadas, não sabe quem é que sabe” disse, argumentando que é mais fácil demitir chefias regionais do que ministros, porque ministros “há poucos”.
Falou também na ida do Presidente da República à varanda, quando estava confinado em fevereiro, afirmando que foi um mau exemplo porque devia ter-se resguardado porque a pandemia andava aí”.
Em termos de divergências entre os dois candidatos a debate, Marisa Matias disse que a principal será Vitorino “ser contra. Geringonça”: “Eu sou fã, ele é opositor”.
Vitorino Silva respondeu a Marisa Matias afirmando gostar “de relógios com poucas peças”.