ARS diz ter ativado “procedimentos para controlo da pandemia” em lar de Famalicão

Covid-19
Lar Cavaloes Famalicao
Foto: DR

A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) esclareceu hoje que as autoridades determinaram “procedimentos para controlo da pandemia” no lar de Famalicão que está sem funcionários devido à covid-19 após informação sobre “caso/s com quadro compatível” de infeção.

Em comunicado, a ARS-N destaca que, “entre outras medidas, foi determinado o isolamento profilático e vigilância ativa de todos os utentes e profissionais da instituição, enquanto contactos próximos dos casos identificados” no lar de 33 utentes que no sábado ficou sem funcionários para trabalhar depois de oito terem testado positivo para o novo coronavírus.

“Tendo sido comunicada à Autoridade de Saúde do Agrupamento de Centros de Saúde de Famalicão a existência de caso/s com quadro clínico compatível com infeção, em articulação com a Autoridade de Saúde Regional foram desenvolvidos os procedimentos preconizados nas Orientações técnicas nacionais e regionais, no âmbito da intervenção para prevenção e controlo da pandemia de covid-19”, diz a ARS-N.

No sábado, a proprietária e gerente da Residência Pratinha, Teresa Pedrosa, disse à Lusa que os 18 funcionários daquele equipamento estão “ou com teste positivo ou em quarentena”, estando os 33 utentes a ser acompanhados por ela, a diretora técnica, “que está grávida”, e uma enfermeira.

De acordo com a ARS-N, “na sequência das medidas determinadas, a instituição estabeleceu articulação com a Câmara local e o diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Braga, no sentido de assegurar os cuidados aos utentes”.

A ARS-N acrescenta que, com as “autoridades de saúde locais”, continuará atenta “à evolução desta situação e a desenvolver as medidas consideradas necessárias, no âmbito das suas competências”.

No sábado à noite, a responsável do lar pediu “ajuda” para reintegrar os utentes ou arranjar pessoas “para ajudar”.

Segundo Teresa Pedrosa, a Segurança Social disse que, estando em causa ” um lar privado, o caso tem que ser tratado com a Saúde Pública”.

Por outro lado, “a delegada de saúde disse que temos que ficar com eles, o que é impossível”, afirmou a responsável.

O mais velho dos utentes tem 94 anos e o mais novo 55, “mas tem HIV”. “São pessoas de alto risco”, alertou.

A familiar de uma utente contou à Lusa que tinha sido contactada hoje pela direção sobre “a possibilidade de acolher em casa” a sua familiar.

Mais tarde, essa possibilidade passou a certeza, com um telefonema da delegada de saúde de Vila Nova de Famalicão, a querer saber se poderia “acolher em casa” a sua familiar.

“Ela disse que não encontra solução para os idosos”, contou.

A Câmara de Famalicão garantiu hoje o fornecimento das refeições aos utentes.

A autarquia disse ainda saber “que as autoridades de saúde a nível concelhio e regional estão a procurar respostas, que passarão pelo reforço dos colaboradores no apoio à instituição e seus utentes ou pela deslocação destes para outro local”.

A Câmara desejou que o que está a ocorrer não se repita e garantiu que “continua e continuará” com todos os seus meios e recursos a apoiar as instituições famalicenses, assegurando condições para que todos os utentes das mesmas tenham os devidos cuidados.

A ministra da Saúde disse hoje que os utentes deste lar de Famalicão estão a ser submetidos ao teste do novo vírus e lembrou que as instituições devem ter planos de contingência para responder à pandemia.

“Preocupa-nos a circunstância que está a ocorrer concretamente em Famalicão, na medida em que estas instituições, que são instituições privadas ou IPSS, têm de ter um plano de contingência”, que “tinham de ter pensado”, seguindo informações divulgadas “há bastantes dias, para não dizer semanas”, disse Marta Temido.

A governante deu como exemplo a necessidade de haver equipas a trabalhar em turnos ou de haver recursos humanos “de segunda linha” preparados para a possibilidade de serem acionados.

Portugal tem 14 mortes associadas ao vírus da covid-19 confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infetadas, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

 
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