O primeiro-ministro português, António Costa, classificou hoje como “uma barbaridade inaceitável” as “atrocidades contra civis” cometidas em Busha, na região de Kiev, onde muitos corpos foram descobertos após a retirada do exército russo.
“É chocante a brutalidade das imagens que nos chegam de Busha. Condenamos veementemente estas atrocidades contra civis. Uma barbaridade inaceitável que tem de ser veementemente punida pela justiça internacional”, escreveu António Costa na sua conta oficial na rede social Twitter.
O chefe do executivo português junta-se assim ao coro de indignação provocada pelas imagens de cidade ucraniana de Busha, onde muito corpos, inclusivamente de crianças, foram encontrados em valas comuns após a retirada das forças russas.
É chocante a brutalidade das imagens que nos chegam de Bucha. Condenamos veementemente estas atrocidades contra civis. Uma barbaridade inaceitável que tem de ser veementemente punida pela justiça internacional. #BuchaMassacre
— António Costa (@antoniocostapm) April 3, 2022
A Ucrânia acusou mesmo a Rússia de “genocídio”, alegando ter encontrado os corpos de 410 civis na região de Kiev recentemente recapturada das forças de Moscovo.
Na cidade de Busha, a noroeste de Kiev, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, segundo autoridades ucranianas.
Guterres “chocado” com imagens vindas da Ucrânia e pede investigação
Macron quer que autoridades russas respondam por crimes de guerra
Em Busha, cidade localizada a cerca de 30 quilómetros de Kiev, recentemente recuperada pelas forças ucranianas, centenas de cadáveres foram encontrados nas ruas e enterrados em valas comuns, mas a Rússia negou hoje que as suas tropas tenham matado civis nesta cidade e assegurou que todas as fotografias e vídeos publicados pelo governo ucraniano são “uma provocação”.
Ursula von der Leyen “chocada com relatos de horrores indescritíveis” na Ucrânia
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Rússia nega matança de civis e considera acusação uma provocação
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
Johnson indignado com “ataques desprezíveis” da Rússia contra civis e ‘”crimes de guerra”
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.