O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho anunciou esta quarta-feira ter contactado a comissão de utentes da A28 para, em conjunto, revindicarem a “redução gradual ou a eliminação” do sistema de cobrança de portagens naquele ex-Scut.
“Contactei hoje de manhã a plataforma contra as portagens na A28 para nos reunirmos brevemente e fazermos uma avaliação em concreto destas propostas que estão em discussão na Assembleia da República”, afirmou o socialista José Maria Costa. O objetivo, disse, é que “se possa introduzir nas preocupações dos diversos partidos, e do próprio Governo, que as portagens na A28 sejam objeto de reanálise para que sejam gradualmente reduzidas ou mesmo eliminadas”.
O líder daquela estrutura, que integra os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, disse que o encontro “deverá ocorrer esta semana”, sem adiantar mais pormenores.
“O objetivo é que também se crie um movimento para que estas portagens da A28 sejam integradas na reavaliação que será feita, em breve, por parte da Assembleia da República”, disse.
José Maria Costa, que é também presidente da Câmara de Viana do Castelo e que falava à margem de um encontro com os jornalistas, a propósito da habitual mensagem de Natal que diirge à população do concelho, revelou ter ainda solicitado ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas “que o processo das portagens seja visto, no todo nacional, e com preocupação com as zonas de fronteiras”.
“O Alto Minho que tem uma forte relação com a vizinha Galiza, e nós tivemos [com a introdução das portagens em 2010] quebras acentuadas, de mais de 30%, na restauração, hotelaria, e no comércio tradicional”, afirmou.
Na segunda-feira passada, o líder da CIM do Alto Minho pediu aos líderes parlamentares do Bloco de Esquerda, do PS e do PCP a “reavaliação” do sistema de cobrança de portagens nas ex-Scut – autoestradas anteriormente sem custos para o utilizador.
Em comunicado, José Maria Costa, adiantou ter solicitado ainda a anulação da cobrança de portagens na A28, que liga Viana do Castelo ao Porto, “tratamento semelhante ao dado à A22”, no Algarve.
“Tendo tido conhecimento da intenção de colocar um ponto final nas portagens da A22, lembro que a mesma situação se passa a norte, na A28, entre Porto e Viana do Castelo, onde se denotam incontáveis problemas criados com a implementação desta medida em 2010 e sempre contestada por autarcas, empresários e utentes da via”, explicou.
O socialista justificou os pedidos com a necessidade de “introduzir maior justiça e coesão territorial nas zonas de fronteira e com maior dependência de atividades com a vizinha Espanha, nomeadamente turísticas”.
A medida, apontou, traduziu-se num “substancial aumento da insegurança e da sinistralidade rodoviária na EN13 [estrada nacional], alternativa à A28, e também num entrave à dinâmica da economia local e ao turismo”, com prejuízos significativos na utilização de infraestruturas aeroportuárias (nomeadamente o Aeroporto Sá Carneiro) por parte dos utentes da Galiza.