O acórdão do processo despoletado pela operação Fénix será proferido quinta-feira, pelo Tribunal Criminal de Guimarães, segundo confirmou O MINHO junto de fonte judicial.
O processo do também conhecido Caso SPDE, que envolve entre outros, Pinto da Costa e Antero Henrique – para quem o Ministério Público já pediu a absolvição, por falta de provas – coloca em causa alegados esquemas de segurança ilegal em estabelecimentos de diversão noturna em Lisboa, que esta semana estão de novo em voga, embora com outros protagonistas, mas foi julgado em Guimarães devido a uma morte em Famalicão.
O julgamento de Pinto da Costa e mais 53 arguidos, relacionado com o Caso SPDE, que despoletou a Operação Fénix, realizada pela PSP, começou por ser julgado no salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, quando estavam em prisão preventiva os seus principais arguidos, tais como Eduardo Silva (“Edu”), mas à medida que foram sendo libertados, as audiências passaram para o edifício judicial em Creixomil, também em Guimarães, onde já durante a próxima quinta-feira de tarde será proferido o acórdão.
Com Pinto da Costa e Antero Henrique entre os arguidos o julgamento teve repercussão maior, pois eram acusados inicialmente pelo Ministério Público de alegadamente terem beneficiado de escoltas ilegais, já que a empresa que opera no Estádio do Dragão não tem o alvará para segurança privada diretamente às pessoas, mas só para as instalações.
Morte levou julgamento para Guimarães
A morte de um jovem no Hospital de Braga, cinco dias depois de ter sido barbaramente espancado, à saída de uma discoteca, em Riba de Ave, Vila Nova de Famalicão, por ser o crime mais grave atribuído ao grupo acusado de associação criminosa, levou a que o julgamento se realizasse no Tribunal de Guimarães, não em Lisboa, onde decorreram os casos de alegada segurança ilegal em discotecas.
Luís Carlos Pereira Miranda, de 23 anos, solteiro, morador na Vila de Ronfe, Guimarães foi agredido já depois de ter sido expulso da discoteca “Chic”, alegadamente por um “segurança” ligado à SPDE, Jorge Ribeiro, provocando-lhe traumatismos cranianos que determinaram a sua morte cinco dias depois no Hospital de Braga. Foi agredido na noite 15 de Março de 2015, com luvas que tinham saliências na zona dos nós dos dedos do agressor. O alegado agressor queria pagar todas as despesas dos ferimentos no jovem se os pais deste não apresentassem queixa na GNR, mas Luís Miranda acabaria por morrer.