O presidente socialista da Câmara de Amares, Manuel Moreira, admitiu esta terça-feira que em 2017 se poderá recandidatar ao cargo mas pelo PSD, depois de o PS lhe ter retirado a confiança política.
“Não fecho a porta [a uma eventual candidatura pelo PSD], é uma hipótese que não está descartada, vamos ver como é que as coisas evoluem até lá”, disse o autarca.
Nas Autárquicas de 2013, o PS elegeu três vereadores para a Câmara de Amares, um movimento independente elegeu dois e a coligação PSD/CDS outros dois.
Em outubro de 2015, Manuel Moreira exonerou de funções o seu vice-presidente, Jorge Tinoco, líder da Concelhia socialista.
Para o seu lugar, escolheu Isidro Araújo, que tinha sido o cabeça de lista da coligação PSD/CDS.
“As relações com Jorge Tinoco tornaram-se incomportáveis, porque ele não fazia nada na câmara, chegou a abster-se em algumas votações, andava por trás a minar tudo e a dizer mal do executivo. Não havia confiança e tive de fazer uma coligação com o PSD para poder governar”, explicou Moreira.
Segundo o autarca, “a coligação tem vindo a funcionar muito bem”, mas o acordo entre os dois partidos “é apenas válido até ao final do atual mandato”.
“Depois, logo se verá”, acrescentou.
Face à exoneração de Jorge Tinoco, o PS de Amares retirou a confiança política a Manuel Moreira, uma decisão entretanto apoiada e ratificada pela Federação Distrital de Braga do partido.
No entanto, Moreira continua militante do PS.
Jorge Tinoco refutou as acusações de Manuel Moreira e devolveu-as, afirmando ainda que o autarca cometeu “uma deslealdade muito grave” para com o PS e “virou totalmente as costas” a quem votou na lista socialista.
Tinoco admitiu que se absteve “em uma ou duas situações”, mas apenas porque não tivera conhecimento prévio das propostas, apesar de serem matérias dos pelouros que detinha.
“Quanto às outras acusações, elas entram no domínio do delírio e, como tal, não as vou comentar”, disse ainda.
Para o líder concelhio do PS, Moreira “é uma carta fora do baralho” do partido para as próximas eleições autárquicas.
“Duvido mesmo que o PSD o queira como candidato, porque tem vindo a cair em descrédito e são cada vez mais os que o classificam como o pior presidente de câmara que Amares teve. Mas isso é lá com eles”, rematou.