Câmara de Braga diz que postura de autarca de São Vítor sobre a Confiança mostra “impreparação”

Ricardo Rio confia em decisão judicial favorável
Foto: CM Braga / Arquivo

A Câmara de Braga acredita que a decisão judicial do Tribunal Administrativo sobre a adjudicação da obra de transformação da antiga fábrica Confiança em residência universitária lhe será favorável e que avançará a curto prazo, com apoio do PRR-Plano de Recuepração e Resiliência. E o seu presidente Ricardo Rio disse a O MINHO que o autarca da Junta de Freguesia de São Vítor, Ricardo Silva – que ontem apelidou o processo de “atabalhoado” – denota “alguma impreparação relativamente aos requisitos em processos com a complexidade deste, por ser algo a que não está habituado no seu dia-a-dia”.

“Tenho um sentimento misto em relação às declarações da Junta. Por um lado, de congratulação com o facto de que, volvidos todos estes anos, finalmente o senhor presidente percebeu que a instalação da residência univesitária na antiga fábrica era um ativo estratégico e uma mais valia, quer para a zona, quer para a Universidade do Minho quer para muitos jovens estudantes que procuram local para se instalarem em Braga! Demorou tempo, mas chegou lá!”

E o autarca da Coligação Juntos por Braga, acrescenta: “Relativamente às restantes considerações feitas sobre a condução do processo só posso expressar algum lamento, embora note que criticou a postura da empresa, a ABB, que contestou a adjudicação da obra à Casais, pondo em risco o futuro do projeto. Este tipo de ações judiciais são imponderáveis!”

“Se a obra não for possível a curto prazo, a Câmara tomará as decisões necessárias para garantir o futuro do edifício”, concluiu.

Recorde-se que, e conforme O MINHO noticiou, o Município de Braga decidiu adjudicar a obra à construtora Casais, por 25,4 milhões de euros (verba oriunda do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência), mas a decisão foi impugnada no Tribunal Administrativo de Braga pela firma ABB- Alexandre Barbosa Borges que ficou em terceiro lugar no concurso. O juiz ainda não decidiu, mas tal deve suceder em breve já que se trata de um processo urgente.

Edifício entaipado mas toxicodependentes entram

Na conferência de imprensa que deu sexta-feira, Ricardo Silva disse, ainda, e citado pela RUM- Rádio Universitária do Minho que o edifício da Confiança “está a ser utilizado por cidadãos com dependências de álcool e drogas, com relatos de moradores nas imediações que se manifestam preocupadas com o estado de degradação a diferentes níveis”.

Sobre este reparo, Ricardo Rio disse que a política da Câmara em todos estes edifícios devolutos tem sido a de fazer o entaipamento do imóvel, de maneira a que ninguém neles entre indevidamente ficando sujeitos a situações de risco como sucedeu com um incêndio no antigo cinema S. Geraldo”.

No caso da Confiança – assinalou – o espaço foi vedado, embora, com a amplitude que o edifício tem e os terrenos envolventes, se torne mais difícil impedir entradas indesejáveis. Temos monitorizado a situação para evitar que aconteça”.

Na sexta-feira, e em reunião com a comunicação social, o autarca de São Vítor classificou o processo da Fábrica Confiança como tendo decorrido de forma “atabalhoada, e em cima do joelho”, situação que prejudicou a execução da residência universitária, projeto que está em risco.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x