O mafioso italiano, de 62 anos, detido pela Polícia Judiciária (PJ) e a quem foram apreendidos 500 mil euros, tem duas pizzarias em Braga.
Domenico Giorgi, que vivia há muitos anos em Portugal, é proprietário da pizzaria La Porta, na Rua D. Diogo Sousa, na Sé, e do Caffé Italy, na Praça da República.
Os dois estabelecimentos, que funcionavam com empregados italianos, serviriam para ‘lavar’ dinheiro oriundo máfia italiana ‘Ndrangheta.
Ontem foram realizadas buscas nesses dois estabelecimentos, bem como noutros que Domenico Giorgi detém em Vila Nova de Gaia, Aveiro e Lisboa.
O suspeito, detido no âmbito da operação internacional Eureka, está indiciado pelos crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais e tráfico de droga.
Como O MINHO noticiou, a PJ apreendeu-lhe, além dos cerca de meio milhão de euros em dinheiro, documentos e viaturas.
Foram igualmente arrestados ativos de nove sociedades comerciais, incluindo cinco estabelecimentos de restauração.
A operação internacional Eureka foi lançada nível europeu há mais de três anos e foca-se na organização criminosa italiana ‘Ndrangheta.
A operação de ontem, que decorreu em concertação com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no âmbito da cooperação judiciária e policial com as autoridades italianas, destinava-se ao cumprimento de vários mandados de busca domiciliária e não domiciliária, bem como ao cumprimento de mandados de detenção europeus.
Segundo explica a PJ, a ação policial inseriu-se numa grande operação internacional (Eureka), que se desenrolou no continente Europeu, nomeadamente em Itália, Alemanha, Espanha, França, Bélgica, Eslovénia e Roménia, e ainda na América do Sul, em países como o Brasil e o Panamá.
Visou o desmantelamento de uma organização criminosa, de estilo mafioso, conhecida por Ndrangheta, originária da cidade de San Luca, em Régio-Calábria, Itália, e que é reconhecida como “a maior organização policriminal italiana”.
Segundo a nota, a Ndrangheta tem ligações ao Primeiro Comando da Capital do Brasil e é responsável pelo transporte e tráfico de grandes quantidades de cocaína para a Europa, tráfico de armas, posse ilegal de armas, fraude e evasão fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
A rede criminosa, liderada por famílias poderosas da Calábria, estive envolvida durante décadas “em episódios de violência entre clãs, com vários confrontos armados em San Luca, que culminaram em tiroteios em massa em Itália e no estrangeiro, com particular destaque para o massacre de Duisburg, na Alemanha, em 2007”, explica a PJ.
Globalmente, a operação Eureka resultou da detenção de 108 suspeitos ligados à organização mafiosa.