O Festival Aldeia de Lobos está finalmente de regresso ao Gerês, em grande, com um programa repleto e abrangente, após dois anos de interregno por causa da pandemia, tendo sido já em 2019 o ano de afirmação do evento, que prima por ser uma realização cem por cento daquela terra, aldeia de Fafião, que decorrerá este ano no fim de semana alargado de 01, 02 e 03 de julho, animando de forma ímpar a localidade fafiota.
Atuarão durante esses três dias consecutivos, na aldeia típica de Fafião, em plena Serra do Gerês, os Paraguai, Terra Livre, Klin Klop, Mushina, Duvale, West Coast Man, Voltt, Sons da Suévia, Corda Bamba, Epirex, TGG, PIX.L, Augustuna e os Charanga Alambique, havendo paralelamente múltiplas iniciativas, “entre as quais a queimada luso-galaica tradição também ancestral celta que remonta às nossas longínquas origens, onde se expulsam os males”, segundo revelaram durante esta terça-feira a O MINHO os seus organizadores.
“Aqui são exibidas exposições de fotografia, de pintura e escultura animando as vielas e ruelas da aldeia comunitária de Fafião, mas a arte não surge só no Festival Aldeia de Lobos como expressionismo de galerias, há muita música de rua à mistura, e um palco natural criativo que é o nosso Fojo do Lobo, monumento histórico da aldeia, que devidamente iluminado é o local onde bandas e Djs atuam pela noite dentro animando as hostes”, explicaram, destacando haver ainda um espaço Zen, numa das áreas mais elevadas da aldeia, onde a musicalidade é mais transcendental e apelativa a um ‘sunset’, que “é habitualmente dos momentos mais apreciados”.
“Existe também um espaço direcionado e preparado para os mais novos, com vários entretenimentos, monitorizado por especialistas, ao qual damos o nome de Espaço Júnior, ao mesmo tempo que o povo participa ativamente neste festival, com eventos durante o dia, onde se podem ouvir e partilhar histórias da serra e dos lobos pela voz dos anciãos da aldeia”, salientaram os organizadores do evento.
“Há produtos locais à venda no Mercado da Aldeia, uma Praça da Alimentação e ainda uma Adega onde se bebem bebidas típicas e exclusivas da região e uma caminhada para os mais ávidos que desejem conhecer as nossas relíquias naturais ao longo de um dos trilhos mais interessantes da aldeia, onde destacamos o famoso Poço Verde, uma lagoa paradisíaca”, revelaram os organizadores, para quem “se o ano de 2019 foi um tremendo sucesso e o Festival Aldeia de Lobos veio para ficar, esperamos por todos aqui em Fafião”.
Um tributo ao lobo ibérico
“Assumimos que este festival em vários parâmetros se diferencia de todos os outros, por ser um tributo que fazemos ao lobo ibérico, espécie que nos caracteriza a nível identitário e antropológico”, de acordo com os promotores do evento, referindo ainda que “o nosso Festival Aldeia de Lobos nasceu de um conceito em 2018, que visa prestar um tributo etnográfico, antropológico e cultural da ligação do lobo ibérico (canis lupus signatus) ao ser humano, fazendo uma viagem, entre o passado e o presente, onde a proteção da espécie é vital para nós”, sendo que a partir de então conquistou logo o púbico dos festivais e os amantes da montanha, do Gerês, em particular.
O festival é realizado por todos os associados da Associação Vezeira de Fafião, “que arduamente trabalham durante o ano para poder abrir portas durante as datas do evento, realizando-se sempre no final de junho, início de julho, altura em que o nosso gado se encontra em sistema de transumância, pelas nossas serras, nas entranhas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, é a altura em que podemos usar as suas habitações que chamamos de cortes transformando-as em galerias de arte com a identificação de cada proprietário”, afirmaram.