A Mesa Nacional (MN) do Bloco de Esquerda aprovou, domingo, em Lisboa, os quatro primeiros nomes da futura lista de candidatos a deputados pelo distrito de Braga, nas eleições legislativas de 30 de janeiro: José Maria Cardoso, de Barcelos, Alexandra Vieira, de Braga, Sónia Ribeiro, de Guimarães e Miguel Martins de Barcelos.
Na reunião – diz o dirigente nacional António Ramoa, de Braga -, a maioria da Mesa Nacional do BE, desrespeitou a vontade expressa pela Assembleia Distrital de Aderentes de Santarém, que em Plenário realizado para o efeito, decidiu por uma maioria confortável, escolher uma das duas listas apresentadas a sufrágio, para que os dois primeiros nomes fossem ratificados pela MN.
A Mesa – acrescenta – permitiu que – em atropelo aos Estatutos do partido – desse entrada naquela reunião do órgão máximo entre Convenções, uma outra lista alternativa ( no caso vertente aquela que tinha saído vencida no Plenário Distrital ), a fim de ser discutida e votada, em conjunto com a lista vencedora, por todos os membros eleitos da Mesa Nacional.
Discordâncias
A reunião do Órgão ficou, assim, marcada pelas discordâncias, que se geraram em torno da admissão para votação de uma lista alternativa de candidatos de Santarém, que tinha saído vencida no plenário Distrital, e no qual foi aprovada pelos Aderentes, uma outra que, em seu entender, lhes daria mais garantias de sucesso no próximo ato eleitoral! Tal facto, ‘originou de imediato uma reação negativa, o que levou alguns membros da MN , que também fazem parte da Comissão Politica do Bloco de Esquerda, a solicitar à maioria ainda antes do início dos trabalhos, a retirada de escrutínio daquela lista alternativa, por não se encontrar abrangida pelos Estatutos, pedido esse que não teve a anuência da maioria da Comissão Política do BE e que deixou no ar um certo indício de crispação, a acontecer quando da discussão e votação das propostas de candidatura. Quando chegados a esse ponto da OT, os mesmos elementos da CP que tinham efetuado o pedido de retirada da proposta, dita alternativa, voltaram a solicitar o mesmo procedimento, este foi novamente recusado! De imediato, – assinala – “gerou-se forte contestação”, quer do movimento conhecido por Moção “E” – dito da Convergência – quer ainda da Plataforma conhecida por Moção ” N ” – dita da Alternativa Novo Curso (ambos críticos da orientação política do partido), entre os quais se encontra o Aderente de Braga, António Ramoa (seguidor daquele Movimento ), ex-membro da Direção Concelhia de Braga, membro efetivo da Direção Distrital e também da Direção Nacional do Partido: “somos 22 Aderentes, 17 da moção “E” e mais 5 da moção “N ” ! Abandonamos a reunião porque colocaram à votação quer a lista legalmente aprovada em plenário pelos militantes do distrito de Santarém, quer uma outra lista dita alternativa que, na Assembleia Plenária Distrital, saíu derrotada e que agora vem a votação, proposta por outros dirigentes, sem sequer ter sido dado conhecimento desse facto à Direção Coordenadora Distrital ( o que mostra um total desrespeito pelas bases do Bloco) e – a nosso ver – à revelia dos estatutos e se mais não fora, denotando uma enorme falta de ética política”, disse a O MINHO.
Violação de Estatutos?
A Distrital de Santarém havia indicado uma lista encabeçada por Ana Sofia Ligeiro, mas a maioria da Direção Nacional que é afeta à linha maioritária de Catarina Martins pôs, também à votação, uma lista alternativa (que foi vencida no plenário distrital) e que é liderada por Fabíola Cardoso (eleita em 2019 para o parlamento, também num processo muito controverso e pouco esclarecedor), o que António Ramoa considera ilegal: “os estatutos permitem que a Mesa Nacional decida sobre os nomes constantes do primeiro “terço” ou do primeiro “quinto” ( conforme o caso) de uma dada lista ! Mas a nossa interpretação desses Estatutos é a de que sempre que alguém queira propor uma lista alternativa, áquela que foi aprovada em Assembleia Distrital de Aderentes , também esta – como a outra – deverá ser do conhecimento e ter o aval, da direção Coordenadora Distrital ”, afirma.
António Ramoa diz ainda, que alguns dos dirigentes do BE, mormente os que fazem parte da Comissão Política e que por norma, costumam ser sempre incluídos em lugares elegíveis nas respetivas listas de candidatos “fizeram tábua rasa da democracia interna, desrespeitando a votação dos Aderentes do Partido, quer de Santarém quer de Portalegre (onde sucedeu o mesmo)”.
Luís Louro por Viana
Em Viana do Castelo, distrito pelos qual o BE não elegeu qualquer deputado, a Mesa Nacional decidiu voltar a apostar em Luís Filipe de Oliveira Louro.
Notícia atualizada às 12h36 (30/11) com mais informação.