O presidente da Câmara da Póvoa de Lanhoso, Frederico Castro, criticou hoje a reprovação do Orçamento do Estado, temendo um “impacto negativo” quanto à concretização da “principal obra” que pretende executar no mandato, “a Via Circular Urbana”.
“Nós temos o compromisso sério do atual Governo e do atual Ministro das Infraestruturas de executar esta obra nos próximos quatro anos. A possível alteração das circunstâncias políticas pode pôr em causa um objetivo que é fundamental para a Póvoa de Lanhoso”, refere o autarca, em comunicado enviado às redações.
“A minha expectativa e o meu desejo é de que as eleições legislativas reforcem a posição do Partido Socialista a nível nacional ou que, pelo menos, mantenham as condições para que o Partido Socialista continue a ser Governo e que possa cumprir os compromissos que tem com o país, nomeadamente este que existe com a Póvoa de Lanhoso que é público, que é muito sério e que é reiterado”, afirma.
Para o edil, “este é o pior momento possível para se chumbar um Orçamento de Estado”, sendo que, em sua opinião, esta situação “tem muito de incompreensível”, pois ocorre num momento em que ainda se combate a pandemia, em que o país precisa de sinais de recuperação e de estabilidade, em que o Plano de Recuperação e Resiliência está à disposição e preparado para ser utilizado para ajudar o país a recuperar de tudo aquilo que tem atravessado no último ano e meio, justifica.
Frederico Castro acusa os partidos à esquerda do Partido Socialista de falta de responsabilidade: “Não perceberem que o país nunca precisou tanto de compromisso como no momento que estamos a atravessar agora é de uma irresponsabilidade muito grande e passa a imagem de que alguns interesses partidários estão a ser colocados à frente dos interesses do país. E eu não sei se os eleitores vão perdoar isso”.
E antevê tempos difíceis para a região: “O Norte é o coração do país em termos industriais, em termos económicos, somos o pulsar do país. E é evidente que somos os mais prejudicados quando este tipo de instabilidade está em cima da mesa”.
Deixa ainda o conselho: “Os empresários portugueses, em particular os do Norte, são empresários habituados a sofrer, a sacrifícios, a esforços, a uma dedicação muito grande e terão de estar preparados para resistir, durante este período, a mais uma dificuldade, que era muito desnecessária, mas que eu espero que seja compensada com estabilidade política, após as eleições, e por quatro anos, porque o país precisa dessa estabilidade. Os mecanismos que temos à disposição precisam de estabilidade também, os próprios mercados estão atentos a Portugal e sabem interpretar aquilo que é ou não estabilidade política e isso tem um efeito direto na vida das pessoas e no país como um todo”.