Um jovem natural e residente em Celorico de Basto que aquando da sua detenção pela Polícia Judiciária de Braga confessou “atear incêndios florestais “há meia dúzia de anos”, consecutivamente, sempre pelo verão, ficou esta noite com apresentações bissemanais na GNR, proibição de frequentar espaços florestais e de possuir artefactos de ignição.
Na origem da sucessão de fogos postos nas zonas florestais envolventes da sua residência estarão inicialmente razões como “brincadeiras” e “curiosidade”, mas o “prazer” do jovem passou a ser assistir a todo o aparato de carros de bombeiros e meios aéreos no combate aos fogos que o próprio ateava, segundo confessou à PJ e aos magistrados judicial e do Ministério Público.
João Monteiro, de 27 anos, solteiro, com a profissão de mecânico de automóveis, ultimamente desempregado, residente numa freguesia de Celorico de Basto, andava a ser monitorizado pelo Departamento de Investigação Criminal de Braga da Polícia Judiciária, que recolheu diversos indícios, cruzados entre si, que conduziram à sua detenção esta terça-feira.
Para o êxito da investigação criminal foi decisiva a estreia colaboração do Grupo de Trabalho do Norte de Redução das Ignições Florestais e da GNR.
O arguido é no imediato suspeito da autoria de quatro incêndios florestais, cometidos nos dias 10, 12 e 17 de agosto, todos na freguesia de Caçarilhe, em Celorico de Basto, especialmente no lugar de Viso, onde existe florestação bastante densa.
Os vários locais onde os incêndios tiveram início situam-se numa zona onde existiam condições de propagação a mancha florestal de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente.
Os incêndios consumiram vegetação herbácea, mato e arvoredo, não tendo atingido maiores proporções devido à rápida e eficaz intervenção dos Bombeiros Celoricenses.
A zona onde ocorreram os incêndios é, recorrentemente, e há vários anos a esta parte, destruída por incêndios ali iniciados.
O suspeito recorreu sempre ao método da chama direta para a respetiva ignição e terá “atuado por motivos fúteis”, segundo a classificação que é dada pela Polícia Judiciária de Braga.
Notícia atualizada às 19h39 em 09/09/2021.