Uma ex-advogada de Barcelos, Ema Magalhães dos Santos, vai ser julgada, no Tribunal de Braga, por alegadamente se ter apropriado de meio milhão de euros a clientes, durante um processo relacionada com uma herança, que envolvia vários irmãos de Barcelos. A jurista tinha sido já condenada várias vezes, em Braga, por situações em todo idênticas.
Desta vez, Ema Magalhães dos Santos responderá por alegadamente ter ficado com cerca de meio milhão de euros, a cinco irmãos de Barcelos, quando tratava do processo acerca da herança devido à morte dos pais dos seus clientes.
A então advogada convenceu dois dos clientes a depositar na sua própria conta bancária (da advogada) uma quantia de 500 mil euros, mas nunca terá devolvido o dinheiro, protelando sucessivamente o assunto. Dizia aos irmãos nessa fase negocial que ainda não tinha recebido o dinheiro, quer de uma parte, quer da outra, o que lhe terá permitido ficar então com o meio milhão de euros em seu proveito próprio.
Conceição “Sapateiro” foi a primeira vítima
A primeira vítima a queixar-se da sua antiga advogada, Ema Magalhães dos Santos, foi a conhecida ceramista de Barcelos, Conceição “Sapateiro”, prejudicada em 238 mil euros.
A causídica de Barcelos terá enganado a artesã, convencendo-a a vender de forma simulada a sua casa e a pedir um empréstimo bancário, a fim de ficar sem património qualquer e escapar assim a uma penhora por uma dívida de 50 mil euros.
A advogada escapou à condenação ao indemnizar a artesã, que não ganhou para o susto ao ter na ocasião enveredado por uma venda simulada e que lhe poderia ter saído muito mais cara.
Entretanto, Ema Magalhães dos Santos teve mais processos, estes relacionados com uma série de alegadas burlas envolvendo sempre avultadas quantias, lesando um empresário hoteleiro de Barcelos em um milhão de euros e prejudicando em meio milhão um padre de Guimarães, através de vários esquemas fraudulentos e que a advogada desmentiu sempre.
Em outro processo, Ema Magalhães dos Santos terá ficado com quase 200 mil euros de um empresário barcelense que era à data seu cliente, ao ter simulado propositura de ações judiciais, cobrando diversas quantias em dinheiro e cheque para o pagamento de despesas e honorários de trabalhos que, na sua grande parte, não fez.
Exigia ainda quase meio milhão de euros a um empreiteiro de Barcelos, verba que correspondia a honorários de mais de mil euros por cada hora de trabalho.