O Presidente da República falou hoje ao país sobre a renovação do estado de emergência, relembrando que os portugueses responderam sempre com “coragem e solidariedade” e que encontraram “caminhos muito difíceis de adaptação e mudança de vida”.
Marcelo assegurou que, graças à vacinação, cada vez “os mais vulneráveis estão já protegidos e isso ajuda a explicar a redução e estabilização de internamentos, cuidados intensivos e mortes”.
“O desconfinamento cria sensação de alívio definitivo, mas o caminho que se segue vai ser muito trabalhoso, sobretudo nas áreas em situação mais crítica. Mas também na prudência exigida em todo o território para evitar subida da pressão nas estruturas de Saúde”, afirmou.
Deixou uma palavra especial aos idosos isolados e às pessoas institucionalizadas, assim como aos estudantes e a quem sofre com o aumento da desigualdade na economia.
“Se 2020 foi o ano da luta pela vida e saúde, 2021 terá de ser o ano do inicio da reconstrução social, sustentada e justa, em que não basta que as pessoas sejam o centro”, considerou.
“Hoje quero pedir-vos ainda mais um esforço para tornar impossível o termos de voltar atrás. Para que o estado de emergência caminhe para o fim. Para que o desconfinamento possa prosseguir com a segurança que o calendário das restrições e confinamento locais garantam um verão e um outono diferentes”, disse.
“É o que queremos que seja a ponta final do pior momento de crise coletiva, com mais mortes do que na grande guerra ou nas lutas africanas”, concluiu.
O parlamento autorizou hoje uma nova renovação do estado de emergência até 30 de abril para permitir medidas de contenção da covid-19, com o apoio de PS, PSD, CDS-PP e PAN.
A deputada não inscrita Cristina Rodrigues também votou a favor. O BE voltou a abster-se e PCP, PEV, Chega, IL e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira mantiveram o voto contra este quadro legal, que permite suspender o exercício de alguns direitos, liberdades e garantias.
A votação de hoje foi idêntica à que se verificou nas seis anteriores renovações do estado de emergência, aprovadas no parlamento e decretadas pelo Presidente da República desde 13 de janeiro.