O ex-jornalista Paulo Sousa defendeu, ontem, numa sessão online do partido Volt, de Braga, desinformação – vulgarmente conhecida por «fake news» – deve ser criminalizada: “é preciso desenvolver instrumentos de criminalização da desinformação, já que o modelo de sensibilização pela educação e por múltiplas ações de esclarecimento não chega”.
O partido, recentemente criado, organizou mais um “Volt ás quintas”, desta vez versando as questões da democracia e as redes sociais, a ascensão do populismo e o dinheiro.
Paulo Sousa – diz o Volt, em comunicado – defendeu a ideia de que a capacidade crítica dos portugueses sofreu um ataque: “estámos muito mais sujeitos à contaminação pela desinformação”, apesar de termos um manancial enorme de instrumentos para acedermos a informação válida”. Do seu ponto de vista, “o excesso de informação veio demonstrar que as pessoas só ouvem o que lhes interessa, acreditando em tudo o que lhe é dito sem olharem ao mérito da informação”.
Dizendo que a solução não passa por paliativos, defendeu que “vão ser precisos antibióticos, uma prescrição que em primeiro lugar pertence ao Estado, mas também a cada um de nós, num exercício da cidadania para contrariar o que de mau tem a Internet e as redes sociais, as quais, o ex-presidente americano Barak Obama considerou, em recente entrevista à revista Atlantic, como “uma ameaça à Democracia”.
Paulo Sousa citou os perigos de um “jornalismo interrogativo” que se tem dedicado a desmontar a desinformação, o que parecendo bom, acarreta o perigo de criar cansaço e desconforto nos leitores, nos ouvintes e nos telespectadores “.
Concluindo, afirmou que Portugal tem a sorte de poder aprender com fenómenos idênticos na Europa e dessa forma encontrar o melhor antibiótico para esta doença que atinge a Democracia” e particularmente o “coração europeu”.