Declarações após o jogo da 12.ª jornada da I Liga de futebol entre SC Braga e Rio Ave (2-0), hoje disputado em Braga.
Ricardo Sá Pinto (treinador do SC Braga): “Houve uma boa reação do Rio Ave na segunda parte, porque tem uma boa equipa e uma ideia de jogo muito positiva, à imagem do seu treinador, Carlos Carvalhal, de quem gosto pessoal e profissionalmente.
Previa-se um jogo difícil e foi. Na primeira parte, fomos superiores, controlámos o jogo, houve alguma igualdade no início, mas depois fomos dominadores, criámos, fizemos um golo e podíamos ter feito mais dois, a equipa fez uma excelente primeira parte.
Na segunda, houve uma reação do Rio Ave, com alma e algum jogo direto também. Podiam ter feito um golo, mas penso que, no cômputo geral, é de louvar a vitória, neste relvado muito difícil e pesado. Tivemos três dias para preparar este jogo, eles tiveram oito, há uma sobrecarga enorme de jogos, mas fomos guerreiros uma vez mais, superámo-nos. Tínhamos o aliciante de ganhar pontos às equipas que lutam pelos lugares da frente e pelas competições europeias, foi uma jornada completa e uma semana extraordinária para a nossa equipa.
(Melhor fase da época?) Em termos de resultados, aceito que seja. Estamos em quinto, com os mesmos pontos que o Boavista, estamos melhores, subimos na tabela classificativa, mas também já houve fases em que gostei mais da equipa nos 90 minutos, é o futebol. A equipa soube viver com a pressão de ser fundamental ganhar hoje”.
Carlos Carvalhal (treinador do Rio Ave): “Sim, numa análise muito resumida, podemos dizer que o jogo foi a eficácia do Braga e a ineficácia do Rio Ave.
Começámos bem o jogo, fizemos o que treinámos nos primeiros 10/15 minutos, mas a partir daí perdemos referências, talvez pelo relvado, o Braga teve maior domínio, marcou numa altura em que não tinha criado grandes situações, o Kieszek foi chamado a intervir por uma vez, mas esse domínio e posse de bola justificava o resultado ao intervalo.
A segunda parte foi completamente diferente do Rio Ave, mais desinibida e afoita, circulámos mais a bola, era importante ter a bola, e tivemos duas perdidas flagrantes. Na primeira e única oportunidade na segunda parte, o Braga fez o 2-0.
Não quero falar da arbitragem, porque não quero justificar a derrota com o árbitro, mas com a falta de eficácia do Rio Ave, tivemos três grandes oportunidades para marcar.
Quero falar sobre o Mehdi, porque jugo que há uma ideia preconcebida [dos árbitros] sobre ele. Já estive para dizer isto num jogo anterior, mas a verdade é que o perdi por dois meses por entradas duras.
Ele não se faz aos penáltis, é um jogador perigoso que tem levado uns valentes ‘cacetes’ desde que chegou a Portugal. No jogo com o Sporting [3-2 para o Rio Ave], sofreu três penáltis que o VAR reviu, não foram inventados. Num desses lances, sofreu uma lesão que o afastou cerca de um mês. É importante rever todas as situações e não ir para o jogo com ideias preconcebidas.
Queria ainda deixar uma palavra aos jogadores do Sporting de Braga, que têm sido uns grandes heróis, e a um grande trabalho do Sá Pinto, porque imagino a dificuldade de jogar de quatro em quatro dias num relvado como este está, e recuperar os jogadores de jogo para jogo. É uma tarefa muito difícil e julgo que o relvado tem sido mesmo o grande adversário do Braga nos últimos jogos. Quero saudar o Braga pela excelente presença nas competições europeias”.