O Sistema Eletroprodutor do Tâmega, que inclui três novas barragens e centrais hidroelétricas, atingiu os 35% da sua construção, anunciou esta quarta-feira a espanhola Iberdrola.
A empresa promoveu uma visita ao empreendimento, na zona de Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, e aproveitou para fazer um ponto de situação do projeto, adiantando que “está em velocidade de cruzeiro” e já atingiu “35% das obras” previstas.
Segundo revelou, em comunicado, na fase de construção do projeto, serão gerados cerca de 13.500 novos empregos, entre diretos e indiretos.
A Iberdrola referiu ainda que vão ser canalizados 50 milhões de euros para projetos culturais e sociais nos sete municípios envolvidos, onde se incluem Cabeceiras de Basto, no Minho, e Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Boticas, Chaves, Montalegre e Valpaços, em Trás-os-Montes.
A elétrica espanhola disse, também, que a construção de três novas grandes barragens e centrais hidroelétricas, incluindo uma central de armazenamento de bombagem que ficará localizada nos rios Tâmega e Torno, prossegue “a bom ritmo” e está a cumprir “com os ‘timings’ previstos desde o início do projeto”.
A empresa está a construir as barragens de Daivões, Gouvães e Alto Tâmega, no distrito de Vila Real.
Estas barragens estão inseridas no Sistema Eletroprodutor do Tâmega, que é considerado um dos maiores projetos hidroelétricos realizados na Europa, nos últimos 25 anos, e prevê um investimento de 1.500 milhões de euros.
Em abril, iniciou-se a betonagem da barragem de Daivões com cerca de 242 mil metros cúbicos (m3) de betão.
Esta etapa da obra tem uma duração prevista de aproximadamente um ano, sendo que ficará concluída em 2019.
A par deste processo prosseguem também os trabalhos programados em Gouvães, estando já em desenvolvimento a montagem dos quatro grupos do aproveitamento. Os grupos ficarão alojados numa caverna com um volume equivalente a 25 piscinas olímpicas.
Esta central de bombagem será reversível, ou seja, permitirá armazenar água do reservatório de Daivões no reservatório de Gouvães, aproveitando os mais de 650 metros de diferença de altura entre ambas as zonas.
Desta forma, a bombagem poderá ser feita quando houver um excesso de produção de energia no sistema, permitindo recuperá-la quando for mais necessária.
Os trabalhos no aproveitamento do Alto Tâmega “avançam também de acordo com o cronograma”, estando previsto realizar o desvio do rio nas próximas semanas.
O Sistema Eletroprodutor do Tâmega deverá estar completamente concluído em 2023.
O projeto faz parte do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH).