O Município de Vila Verde acusou esta quinta-feira o vereador socialista José Morais de fazer comunicados criticando a recolha de lixo no concelho, baseando-se em fotografias de resíduos que a sua própria empresa, a “Verdedata”, depositou irregularmente na via pública.
Fonte do Município disse a O MINHO que, face às irregularidades cometidas pela firma do vereador, os serviços camarários analisarão a possibilidade de lhe aplicar a respetiva coima, como sucederia com qualquer munícipe.
“Não se pode aceitar que pessoas com grandes responsabilidades políticas, como é o caso do vereador da oposição, José Morais, que deveriam ser as primeiras a dar o exemplo, tenham prevaricado e divulgado os atos das suas próprias práticas para tentar culpabilizar os outros”, afirma a Câmara.
O tema das alegadas ineficiências que se verificam na recolha de lixo em Vila Verde, sobretudo no verão, foi levantado, quarta-feira, por José Morais, o qual, em comunicado, considerou “lastimável” que o lixo não seja recolhido atempadamente, apesar de a Câmara ter feito um contrato com uma empresa privada por cinco milhões de euros.
Morais anexou uma foto na qual eram visíveis várias caixas de cartão, como prova de que o sistema de lixo não funciona bem.
Em resposta, a Câmara acusou-o de “desinformação” dado que o lixo em causa é recolhido pela empresa intermunicipal Braval, que opera em seis concelhos, e não pela que presta serviços no de Vila Verde. Salientou que os cinco milhões referidos pelo PS se reportam a cinco anos, correspondendo a 40 mil mensais, e sublinhando que a opção pela entrega a privados resulta numa poupança de 2,1 milhões naquele período.
“Perseguição”
Na manhã de hoje, os serviços de fiscalização passaram no local e constataram que a maioria dos resíduos de cartão provêm da empresa do vereador, e foram colocados num local inapropriado. Alguns dos invólucros de cartão têm afixado o nome da VerdeData.
Sabedor do facto, José Morais emitiu um comunicado, acusando a autarquia de “tentativa de intimidação e de perseguição”, para esconder o facto de o lixo ali estar há duas semanas. Salienta que entrega o lixo da Verdedata à Braval e diz ter um documento, uma guia, que demonstra que entregou, a 22 de agosto, 220 quilos de resíduos naquela empresa.
“Não me calarão”, concluiu.