O professor Mohan Munasinghe, presidente do Comité Externo de Aconselhamento da candidatura a Capital Verde Europeia 2020 e Nobel da Paz, elogiou o trabalho da cidade enquanto concelho ambiental, económico e socialmente sustentável numa conferência informal sob o mote “Guimarães 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, no Centro Cultural Vila Flor.
O evento contou com as presenças do presidente da Câmara, Domingos Bragança, e do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro.
De entre os treze participantes convidados, destacou-se o contributo de quatro jovens estudantes – Inês Sampaio, Francisco Nunes, Sofia Antunes e José Pedro – pela forma como deixaram clara a sua forte consciência no domínio ecológico, deixando sugestões e augurando grandes realizações na caminhada rumo à sustentabilidade.
Mohan Munasinghe, orador principal do evento abriu a sua comunicação dizendo que “com estes eco-cidadãos, Guimarães já atingiu mais do que o título de Capital Verde Europeia”, dando relevo à qualidade das intervenções dos vimaranenses convidados para fazerem uso da palavra.
O renomado especialista na área do crescimento sustentável, explicou qual a chave do sucesso para que o mundo se torne um mundo mais sustentável ao nível dos recursos naturais e, simultaneamente, cresça do ponto de vista económico. Munasinghe insistiu numa ideia que tem vindo a ser disseminada junto da comunidade vimaranense: a de que a “subida da montanha” se faz através dos pequenos passos de cada um de nós, até que se alcance o seu topo. Para o Professor Munasinghe, o desenvolvimento sustentável opera em três eixos nucleares que são o ambiente, a economia e o social.
Ainda segundo Munasinghe, o motor desta mudança deverá residir não nos líderes mundiais de topo, mas nos líderes de médio plano, como são os presidentes de câmara e dirigentes das instituições da sociedade civil, pois são eles que desencadeiam os movimentos locais que concorrem para o global.
No final da preleção de Mohan Munasinghe, interveio Rui Vieira de Castro, que começou por dizer que a ideia de um título como a Capital Verde Europeia é potencialmente poderosa, mas pode ser também potencialmente perigosa. Poderosa porque imprime mudanças no comportamento político que conduz a práticas que caminham no sentido de um mundo mais sustentável. Perigosa porque pode ser entendida apenas na perspetiva da obtenção de um novo galardão ou marca.
Recorde-se que Guimarães não integra a shortlist para a Capital Verde Europeia, no entanto recebeu elogios de Daniel Calleja, diretor geral para o Ambiente da Comissão Europeia, que felicitou o concelho pelo “excelente trabalho realizado”.
Na missiva, Calleja refere que alguns exemplos de excelência contidos na candidatura de Guimarães serão incluídos na lista de boas práticas da Comissão Europeia, ficando disponíveis no website da Capital Verde Europeia. Daniel Calleja fez também votos para que, no futuro, Guimarães submeta nova candidatura.