O Tribunal de Braga condenou dois homens da cidade, pelo crime de roubo praticado em dois bares das zonas da Sé e das Parretas, em Braga, a penas de prisão efetiva, uma de três anos e outra de dois anos e quatro meses.
O coletivo de juízes concluiu que Fernando Conceição, de 35 anos, conhecido como ‘Lula’, e Vasco Lopes, de alcunha o Vasquinho, de 31 anos, roubaram em 2022 e 2023 os bares Porta 211 e Tosga, naquela zona turística da cidade. No primeiro obrigaram, sob ameaça, o dono a entregar-lhe 70 euros, enquanto que, no bar Tosga, forçaram o funcionário a dar-lhes 65 euros em dinheiro.
Os dois arguidos, que se intitularam ‘hooligans’ e membros de uma claque do SC Braga (ainda que não oficial), ficaram, ainda, obrigados a pagar, respetivamente, 1.300 e mil euros a cada um dos dois ofendidos.
Na valoração das penas e na decisão de não suspender a sua execução, o Tribunal teve em conta que Fernando tinha já três condenações por roubo e Vasco somava outras tantas, mas por oito roubos. O que – diz o acórdão – “infelizmente não levou os arguidos a manterem-se afastados da criminalidade”.
Fernando continua, assim, em prisão preventiva, enquanto que Vasco permanece, até ao trânsito em julgado, com Termo de Identidade e Residência.
Defesa recorre para a Relação
Contactado por O MINHO, o advogado Luís Correia, do escritório de João Magalhães, que defende o Fernando, disse que vai recorrer para a Relação de Guimarães. “Foram condenados por dois crimes de roubo, quando, num deles, no caso o da Porta 211, o dono disse em julgamento que o conhecia bem e eram como que amigos e que o dinheiro foi emprestado e lhe foi devolvido”, adiantou.
Para o jurista, e atendendo a que neste caso “não houve crime, mas sim um mal-entendido, a pena é manifestamente excessiva, ainda para mais sem suspensão”.
Esta tese é subscrita pelo advogado João Araújo Silva que defende o Vasco.
Entraram aos gritos
A acusação, agora dada como provada, referia que os dois homens terão entrado no bar Tosga – aos gritos e dando murros no balcão, para intimar o funcionário a chamar o patrão.
De seguida, intimou o funcionário a abrir a caixa registadora ao que ele não acedeu. O que levou o assaltante a dizer: “Olha que eu parto-te os dentes todos”. E encostou-lhe a cabeça ao peito.
Para conseguir aceder ao dinheiro, arrancou os cabos da caixa e, ameaçado, o empregado acabou por abri-la, tendo dela retirado 60 euros.
No imediato, e antes de abandonarem o espaço, Vasco pediu cinco euros ao funcionário e este deu-lhos, com medo.
Antes de sair, o Fernando Daniel ainda disse: “Hoje somos só dois, mas prá próxima seremos 20 ou 30, da claque”. Algo que os arguidos também negam.
Foram ao Porta 211
O outro crime prende-se com uma ida ao Porta 211 para reclamar um capacete Helmet que ali ficara esquecido e que o proprietário já havia entregue ao dono. Com esse pretexto, beberam sem pagar e exigiram 200 euros ao dono. Este deu-lhes a verba que tinha em caixa, 70 euros, e a dupla saiu, não sem antes o ameaçar de que voltariam no dia seguinte, para cobrar os 200 euros.
Estes factos foram negados pelos arguidos.