O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que está pronto para aceitar algumas exigências de Vladimir Putin para interromper a invasão ao seu país. No entanto, insistiu que as suas forças não se renderiam.
Em entrevista à ABC News, publicada esta terça-feira, Zelensky sinalizou que está pronto para abrir questões sobre as demais questões, nomeadamente encontrar uma solução sobre a Crimeira e os territórios separatistas pró-Moscovo, além de garantir que o país não vai aderir à Nato.
“Perdi o interesse nesta questão depois de percebemos que a NATO não está pronta para aceitar a Ucrânia”, disse Zelensky.
“Acho que podemos discutir e encontrar um compromisso sobre os territórios temporariamente ocupados e as repúblicas não reconhecidas, que não são reconhecidas por ninguém, exceto pela Federação Russa”.
No entanto, Zelensky admite que a solução pode não ser tão simples quanto apenas aceitar as exigências de Putin. O Kremlin disse que encerra a sua campanha militar imediatamente se a Ucrânia reconhecer a independência de Donetsk e Luhansk, reconhecer a Crimeia como russa, assinar um acordo de neutralidade proibindo-a de entrar na NATO e as forças ucranianas renderem-se.
Zelensky disse que a questão é o tratamento e o estatuto dos ucranianos nas regiões contestadas que não querem estar na esfera de influência da Rússia.
“O que é importante para mim é como as pessoas nesses territórios que querem fazer parte da Ucrânia vão viver”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.