Viana do Castelo está disponível para receber até 100 refugiados vindos da Ucrânia, anunciou hoje a Câmara.
Em comunicado, a autarquia refere que, em articulação com as autoridades nacionais, já demonstrou disponibilidade para apoiar os ucranianos nesta fase e que está ainda a instalar um Centro Logístico no Antigo Pavilhão da AIMinho para que associações, instituições e grupos de cidadãos possam entregar bens recolhidos para apoiar a Ucrânia.
Estão, neste momento, a residir em Viana do Castelo 184 cidadãos ucranianos.
Sobe o mote “os vianenses recolhem, o município entrega”, o espaço terá as portas abertas de 04 a 12 de março, entre as 16:00 e as 18:00.
O Município está, assim, a preparar o transporte de bens para a Ucrânia, com o apoio de empresas locais. Para tal, criou um Centro Logístico para receção de bens recolhidos por empresas, associações ou grupos de cidadãos. Para dúvidas ou esclarecimentos, deverá ser utilizado o email [email protected].
Pelo menos 1.038.583 pessoas cruzaram as fronteiras da Ucrânia desde 24 de fevereiro, informou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) no seu portal oficial na internet, reafirmando que a maioria dos que fogem são mulheres e crianças.
Segundo o ACNUR, 52,8% daquele total fugiu para a Polónia, ou seja, 547.982 pessoas, enquanto a Hungria acolheu 133.009, quase 13% dos refugiados ucranianos, a Moldova 97.827 (9,4%), a Eslováquia 72.200 (7,2%) e a Roménia 51.261 (5%).
O Alto Comissariado indica ainda que 88.147 pessoas (8,5% do total dos que abandonaram a Ucrânia) continuaram a fuga depois de cruzarem as fronteiras ucranianas, para outros países europeus, e que 47.800 se refugiaram na Rússia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.