Negócios sobre tráfico de droga estão na origem do rapto, em Monção, de um homem de meia idade, funcionário da Autoridade Tributária, em Lisboa, cujos detidos pela PJ ficaram já em prisão preventiva à ordem do Tribunal Judicial de Viana do Castelo.
Depois de interrogados durante todo o dia desta quinta-feira, no Palácio da Justiça de Viana do Castelo, os dois jovens suspeitos aguardarão o julgamento em prisão preventiva, assim como o terceiro arguido, que tinha sido detido anteriormente em Lisboa.
Os raptores que se fizeram passar por polícias para consumarem o rapto em Monção, seguido de sequestro em Loures, seriam três homens, todos com ascendência africana e ligações ao tráfico de cocaína, fazendo deslocações frequentes à Guiné-Bissau.
Tal como O MINHO adiantou, dois dos três raptores do funcionário das Finanças, surpreendido há cerca de um ano, dentro de uma casa em Monção, para onde tinha fugido com a companheira, logo a seguir sequestrado em Loures, foram agora detidos.
Aquando do rapto, consumado há quase um ano, em Monção, todas as informações apontavam para uma “cobrança difícil” de droga, isto é, a vítima, supostamente, teria dado uma “banhada”, não pagando droga avaliada em dezenas de milhares de euros.
O primeiro suspeito destes crimes já tinha sido detido, na área da Grande Lisboa, numa investigação à parte relacionada com tráfico de drogas duras, já numa operação da Unidade Nacional de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (UNITE) da PJ.
A Diretoria do Norte da Polícia Judiciária com a colaboração da Unidade Nacional Contraterrorismo, deteve em Loures dois dos três suspeitos, de 21 e 22 anos, “fortemente indiciados pela prática dos crimes de sequestro agravado, ofensa à integridade física grave, roubo, detenção de arma proibida e tráfico de estupefacientes”, segundo o comunicado emitido esta quinta-feira.
Segundo investigações criminais de Secção Regional de Combate ao Terrorismo e Banditismo, da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, sediada no Porto, os factos foram cometidos em Monção, em março de 2023, quando os detidos, acompanhados de um terceiro homem, fizeram passar-se por polícias, arrombaram a porta de entrada de uma habitação onde se encontrava um casal de namorados e agrediram violentamente o elemento do sexo masculino, levando-o, depois, à força, para um apartamento, em Loures, na zona da Grande Lisboa, onde esteve permanentemente privado da liberdade até ao final da tarde do dia seguinte”.
Na sequência das buscas domiciliárias desta semana, todas realizadas pela Polícia Judiciária na zona da Grande Lisboa, foi apreendida uma espingarda caçadeira e uma pequena quantidade de produto estupefaciente (MDMA e Ecstasy), segundo a PJ.