O serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Braga está a ‘rebentar pelas costuras’, e os doentes ficam ‘abandonados’ no internamento. Não há médicos para os ir ver. A denúncia chegou a O MINHO através de um utente que esteve no fim de semana no Serviço.
Contactada pelo nosso jornal, a a administração do hospital disse que o estabelecimento apresenta, cronicamente, dificuldades no internamento de utentes, tendo registado, segundo os dados da ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde), uma taxa de ocupação na ordem dos 97%, em agosto de 2023.
De acordo com aquele doente – que solicitou o anonimato – na passada segunda-feira, havia pelo menos um doente observado no final do dia de sábado que ainda estava no recobro, sem ter sido internado por falta de vaga.
Uma outra fonte hospitalar revelou, ainda, que “os doentes estão a ir diretamente do recobro para os hospitais de Viana do Castelo e de Barcelos, por não haver vagas no internamento”.
Sobre esta realidade, o hospital explica que “terminada a cirurgia de um utente, este é encaminhado para as salas de recobro, onde aguarda a atribuição de uma cama, no internamento”.
E acrescenta: “Durante este período, todos os utentes permanecem sob a cuidada vigilância dos profissionais de saúde, sendo-lhe prestados todos os cuidados necessários. Após a estabilização do utente, é boa prática que este seja encaminhado para o hospital de origem, cumprindo todas as normas de segurança”.
A administração sublinha, a propósito, que, a pressão sentida com a transferência de utentes de outros hospitais para o de Braga, levou a que essa medida fosse tomada, colocando sempre a saúde do utente em primeiro plano”.
E, a concluir, garante: “O Conselho de Administração destaca a resposta incansável dos profissionais do Serviço de Urgência e do Serviço de Cirurgia Geral, no último fim de semana, tendo em conta o número de utentes que foram transferidos de outros hospitais e os que recorreram aos serviços do Hospital de Braga”.
Aproveita, também, para reiterar “o compromisso de melhor servir todos os utentes que recorram aos serviços da instituição, ao longo de todo o ano, numa linha de cuidados rigorosos e de excelência”.