UE, EUA e Reino Unido coordenam investigação sobre crimes de guerra

Guerra
Ue, eua e reino unido coordenam investigação sobre crimes de guerra

A União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido anunciaram esta quarta-feira a criação do Grupo Assessor de Crimes Atrozes com o objetivo de coordenar o seu apoio à procuradora-geral ucraniana que investiga crimes cometidos durante a invasão russa.

A intenção consiste em “agilizar os esforços de coordenação e comunicação para garantir as melhores práticas, evitar a duplicidade de esforços e garantir a rápida disponibilização de recursos financeiros e pessoal qualificado para responder às necessidades” da Ucrânia, indicaram em comunicado Bruxelas, Washington e Londres.

Procuradores com experiência no estudo de crimes de guerra, investigadores, analistas militares e especialistas forenses dos países da UE, EUA e Reino Unido vão fornecer apoio à procuradoria ucraniana na recolha e conservação de provas, nas investigações forenses, na preparação de acusações e na investigação de crimes de violência sexual.

A procuradoria da Ucrânia assegurou que “existe uma evidência das atrocidades cometidas pelas forças da Rússia no território da Ucrânia contra civis, incluindo crianças”, e disse estar convencida que a formação deste grupo “ajudará no trabalho contínuo” das equipas e “na investigação e indiciamento destes delitos”.

“Devido à atual situação de segurança na Ucrânia, os peritos estão sobretudo no sudeste da Polónia”, apesar de terem sido estabelecidas “missões curtas” em território ucraniano e, “consoante o permita a situação de segurança”, prevê-se que os peritos e pessoal de apoio serão enviados em permanência para a Ucrânia, esclarece o comunicado.

“É fundamental garantir que todos os responsáveis pelas terríveis atrocidades cometidas durante a agressão militar russa não provocada na Ucrânia compareçam perante a justiça. Não pode haver impunidade para os crimes de guerra”, considerou Josep Borrell, alto representante da UE para a política externa.

“O Grupo Assessor de Crimes Atrozes é um elemento essencial do compromisso dos Estados Unidos de que os responsáveis por tais crimes prestem contas”, assinalou por sua vez o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, assegurou que “através desta iniciativa histórica” com os EUA e a UE, estão a “intensificar-se” os “esforços” para “garantir que os responsáveis das vis atrocidades cometidas na Ucrânia prestem contas”.

O apoio da UE, EUA e Reino Unido juntam-se a outros esforços para a investigação dos alegados crimes de guerra, onde se tem destacado o Tribunal penal Internacional, com sede em Haia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Aprovado alargamento do irs jovem para doutorados até aos 30 anos

Aprovado alargamento do IRS Jovem para doutorados até aos 30 anos

Próximo Artigo
Cerca de 2. 600 crianças na cerimónia de abertura da braga romana

Cerca de 2.600 crianças na cerimónia de abertura da Braga Romana

Artigos Relacionados