Três toneladas de detrito espacial preparam-se para colidir com a Lua, na próxima sexta-feira, prevendo-se a criação de uma cratera que pode ir até aos 20 metros de diâmetro, revelou hoje a Associated Press. Recorde-se que o astro não tem atmosfera, o que significa que o ‘buraco’ ficará lá para sempre, uma vez que não está sujeito às condições meteorológicas.
Trata-se de uma das partes de um foguete (não identificado) que se desloca a 9,300 quilómetros por hora no chamado ‘lado negro’ do astro satélite natural da Terra, sendo expectável que, tão cedo, não existam imagens que mostrem o resultado do impacto.
Apesar de, numa fase inicial, o ‘lixo’ tenha sido atribuído a um dos modelos de um foguetão da SpaceX, de Elon Musk – algo que levou a empresa a emitir um comunicado onde lamentava a situação -, os especialistas agora referem que se deve tratar de um foguete chinês, lançado há cerca de uma década. Contudo, os oficiais chineses colocam sérias reservas acerca do afirmado, mas não há ninguém que consiga confirmar qual a verdadeira proveniência do foguetão (sabe-se apenas que, evidentemente, foi lançado a partir da Terra há vários anos).
De acordo com os cientistas, o impacto irá originar uma nova cratera na Lua com diâmetro que pode ir dos 10 aos 20 metros, para além de levantar poeira lunar que pode atingir centenas de quilómetros.
A descoberta foi feita por Bill Gray, que se dedica a seguir e identificar asteróides. Em janeiro, disse que seria responsabilidade da SpaceX, mas mudou de opinião em fevereiro, revelando que não se tratava de um estágio superior do Falcon lançado em 2015.
Gray disse que o mais provável será tratar-se de um terceiro estágio de um foguete chinês que enviou uma cápsula de teste para a Lua em 2014, regressando no mesmo ano. Mas os oficiais chineses dizem que esse estágio reentrou na atmosfera terrestre, desintegrando-se.
Todavia, avança a Associated Press, foram lançadas outras missões chinesas com designações similares, e observadores norte-americanos crêem que se tratam de detritos dessas operações espaciais, que se juntaram, e vão agora descontroladas rumo ao ‘lado negro’ da Lua.
O comando espacial dos Estados Unidos da América negam que o terceiro estágio chinês, da missão de 2014, tenha entrado na atmosfera, mas também não consegue confirmar qual o país de origem do detrito agora identificado a caminho do astro.