Três propostas internacionais estão entre as 55 que se apresentaram este ano ao concurso para a conceção do cartaz da edição 2018 das festas da Senhora d’ Agonia, anunciou esta quarta-feira à Lusa o presidente da comissão organizadora.
Segundo António Cruz, “daquelas três propostas internacionais, duas propostas são oriundas do Brasil e uma do Luxemburgo”.
As restantes, sublinhou António Cruz, “são de autores da região e de diversos pontos do país, desde Lisboa ao Algarve”.
Segundo António Cruz, “o número de propostas ao concurso nacional e internacional para a conceção do cartaz da edição 2018 pode ainda vir a aumentar caso a VianaFestas venha ainda a receber, através dos correios, envelopes com data de 30 de abril, último dia para a entrega de trabalhos”.
O presidente da Comissão de Festas de Nossa Senhora da Agonia, que substituiu no cargo Francisco Sampaio, ex-presidente da Região de Turismo do Alto Minho, adiantou que as 55 propostas “vão agora ser validadas por um júri, a quem caberá selecionar o trabalho vencedor”.
De acordo com António Cruz, a reunião que ditará qual vai ser a imagem oficial das festas ocorrerá nos próximos dias, sendo que a apresentação pública do cartaz está marcada para dia 31 de maio.
Este ano, a organização apontou a beleza da mulher de Viana e do traje como temas principais das propostas dos concorrentes. Em edições anteriores, o concurso incluía o “espírito” da festa datada da primeira década do século XX, “a alegria e a vida” que caracterizam a romaria e a imagem da capela da Senhora d’Agonia, a santa padroeira dos pescadores.
De acordo com o regulamento, “o concurso vai selecionar um cartaz original que divulgue a romaria Senhora d’ Agonia a nível nacional e internacional”.
O regulamento do concurso prevê que os concorrentes, nacionais e estrangeiros, possam participar individualmente ou em equipas, com duas propostas “inéditas e originais da autoria do candidato”, que se destinam apenas para as festas.
O regulamento define ainda que “as propostas de cartaz pertencem à VianaFestas até à publicação das mesmas na exposição dedicada ao efeito”, pelo que os autores não podem, até essa data, divulgá-los através de qualquer meio”.
Nos critérios de avaliação, o júri, que este ano passou a integrar a Associação dos Grupos Folclóricos Alto-Minho e da Entidade Regional Turismo do Porto e Norte de Portugal, num total de nove elementos, vai premiar a “adequação, a eficácia da mensagem ao tema do concurso, a originalidade e criatividade, a qualidade técnica e estética”.
O vencedor receberá “um prémio de 500 euros e terá a sua criação espalhada pelo mundo para apresentar a maior romaria portuguesa”.
Em 2017, e de acordo com dados fornecidos pela organização, o concurso registou 82 propostas nacionais e internacionais. Em 2016, e pela primeira vez, venceu uma proposta internacional, oriunda do Brasil.
Desde 2010 que o cartaz oficial da romaria d’ Agonia é escolhido através de concurso.
A edição 2018 das Festas de Nossa Senhora da Agonia vai decorrer entre 17 e 20 de agosto.
Em janeiro, a vereadora da Cultura da Câmara de Viana do Castelo, Maria José Guerreiro, anunciou que o cortejo histórico e etnográfico “vai recriar o ambiente que se viveu na cidade aquando da inauguração da ponte Eiffel”, que a 30 de junho completa 140 anos.
A Romaria d’Agonia é considerada uma das principais festividades do País, remontando as suas origens a uma via-sacra referenciada em documentos do século XV.
A via-sacra partia do convento franciscano de Santo António e terminava no antigo Morro da Forca, bem visível do alto mar, onde se colocava a bandeira quando existia peste na povoação.
Nesse local foi construída, em 1674, a Capela do Bom Jesus do Santo Sepulcro, depois sucessivamente denominada do Santo Cristo e da Via-Sacra.
A devoção a Nossa Senhora da Agonia surgiu em 1751, quando a imagem da santa entrou na capela, o que fez aumentar de forma considerável o número de promessas e ofertas.