“Toni do Penha”, como é conhecido António Silva, antigo empresário da noite de Guimarães, planeou a morte de Fernando “Conde”, em 08 de janeiro de 2020, com muita antecedência.
Segundo a acusação do Ministério Público, “Toni do Penha”, detido pela Polícia Judiciária, em julho de 2021, ano e meio depois do homicídio, atraiu o eletricista, que suspeitava ter-lhe roubado 100 mil euros de casa quando lá foi fazer trabalhos, para uma cilada e, com a ajuda de um cúmplice, Hermano Salgado, espancou Fernando “Conde” até à morte´.
Hermano Salgado está, como “Toni do Penha”, acusado de homicídio qualificado, mas o processo ainda tem outro arguido: Paulo Ribeiro, proprietário de um stand, que deu sumiço ao automóvel da vítima, levando-o para “parte incerta” em França. Até hoje não foi encontrado. O arguido responde por favorecimento pessoal.
“Toni” afirmou ao juiz de instrução que só teria tentado pregar um susto a Fernando “Conde” para tentar reaver os 100 mil euros que suspeitava que aquele tinha roubado, mas que, ao tentar fugir, o eletricista caíra no rio Ave, onde veio a ser encontrado duas semanas depois.
Mas o Ministério Público tem uma tese diferente e considera que “Toni do Penha” preparou o crime com antecedência. Inventou um futuro negócio, para levar “Conde” até ao parque de estacionamento do restaurante Sombras do Ave, em Caldas das Taipas, onde, segundo a acusação, foi espancado até à morte e o corpo lançado ao rio.
Porém, o plano já começara a ser gizado bem antes. Primeiro, “Toni” pediu a um segurança privado que conhecido dos tempos em que explorou a discoteca Penha Club a dar “um aperto” a Fernando “Conde” para recuperar o dinheiro furtado. Mas, afirma o MP, perante a recusa, “decidiu que, como não conseguia reaver o dinheiro, iria por termo à vida de Fernando Joaquim Ferreira”.
‘Tony do Penha’ auxiliado por criador de cavalos no homicídio de eletricista em Guimarães
Para tal, comprou um cartão SIM pré-pago que usou para contactos com os outros dois arguidos e atrair a vítima ao encontro.
A acusação conclui que “os arguidos agiram de forma concertada planeando a morte de Fernando Ferreira com vários dias de antecedência e refletindo sobre os meios a empregar e sobre o modo como o atrair a um lugar isolado e sobre a forma de evitar serem detetados, revelando frieza de ânimo e reflexão”.