O principal suspeito pelo assassínio do eletricista Fernando “Conde”, em Guimarães, António Freitas da Silva (“Tony do Penha”), ficou desde o meio da tarde desta sexta-feira em prisão preventiva, enquanto o seu coarguido, Hermano José Salgado, foi libertado, na condição de se apresentar todos os dias no Posto Territorial da GNR de Caldas das Taipas.
A advogada Diana Mendes da Silva, defensora de “Tony do Penha”, recorrerá da decisão de prisão preventiva daquele que foi o “rei da noite” de Guimarães e “alma mater” do Penha Club, que há vários anos não lhe pertence, ao Tribunal da Relação de Guimarães.
O ex-empresário da noite António Freitas da Silva (“Tony do Penha”) foi já enviado para o Estabelecimento Prisional de Vale do Sousa, na Serra da Seroa, em Paços de Ferreira, ao mesmo tempo que o alegado coautor material dos crimes, Hermano José Salgado, terá que se apresentar diariamente no Posto Territorial da GNR de Caldas das Taipas, além da proibição de contactos, por qualquer meio, com os coarguidos e testemunhas do processo.
A aplicação das medidas coativas tinha sido protelada, numa primeira fase, por sucessivas declarações que vinham sendo prestadas no Palácio da Justiça de Guimarães, por “Tony do Penha”, a última das quais tentando ilibar o seu coarguido Hermano José Salgado, mas também já esta sexta-feira, por o antigo empresário da discoteca no Monte da Penha, de 70 anos, se ter sentido indisposto, ao fim da manhã, nas Prisões Privativas da PJ do Porto.
Fernando Ferreira (“Conde”), de 63 anos, eletricista, foi atraído a uma emboscada, a 8 de janeiro de 2020, alegadamente por ambos os detidos, porque “Tony do Penha” suspeitava que a vítima, estaria de algum modo relacionada com o furto de cerca de 135 mil euros, do cofre do empresário da noite, quando fez um trabalho de eletricidade, na sua moradia, na freguesia de São Clemente de Sande, concelho de Guimarães, mas que não era verdade, não se sabendo sequer se o principal arguido deste processo tinha essa ou outra avultada quantia guardada no seu cofre doméstico e muito menos quem terá sido o autor do assalto.
A vítima foi torturada para, segundo “Tony do Penha”, revelar onde estava o dinheiro que afinal o eletricista não furtara, tendo o cadáver sido atirado ao Rio Ave, na zona de Caldas das Taipas, concelho de Guimarães, tendo sido o corpo encontrado, duas semanas depois, a 22 de janeiro de 2020, quatro dias após descoberto, na zona de matagal, o seu telemóvel, bem como uma semana depois de “Tony do Penha” se ter tentado suicidar, em Guimarães.
A investigação está a cargo da Secção Regional de Combate ao Terrorismo e Banditismo, da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, tendo as buscas sido presididas pelo juiz de instrução criminal de Guimarães, Pedro Miguel Vieira, que fez o interrogatório aos dois suspeitos e esta tarde enviou o principal arguido a prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional de Vale do Sousa, na Serra da Seroa, em Paços de Ferreira, o único na Região do Norte a receber novos reclusos, pois “Tony do Penha” vai ser submetido agora a prévia quarentena, por causada pandemia mundial da Covid-19, antes de ser recolocado, na prisão mais próxima de casa, no caso o Estabelecimento Prisional Regional de Guimarães.