Têxtil de Barcelos muda produção para equipamentos e máscaras e pede ajuda a outras empresas

Covid-19

O grupo têxtil Sonix, com sede em Barcelos, decidiu suspender parcialmente a produção habitual e começou a produzir equipamento para entregar nos principais hospitais do Norte do país, disse a presidente da empresa a O MINHO.

Conceição Dias adianta que tem recebido vários telefonemas de hospitais, ao longo dos últimos dias, a solicitar um reforço na produção de equipamento médico, face à chegada da pandemia de Covid-19.

A empresária decidiu, esta quarta-feira, reforçar a produção de equipamentos médicos e iniciou a produção de máscaras, algo que, até então, só tinham produzido para uso interno.

A empresa ressalva, no entanto, que estas máscaras são para unidades hospitalares e não para venda ao público.

“Desde a semana passada que temos máscaras produzidas por nós, todos os funcionários trabalham de máscara para prevenir isto tudo que está a acontecer”, explica a dona da empresa que emprega mais de 600 trabalhadores em todo o país.

“Hospital de Braga, de São João, de Barcelos, todos eles me ligam desesperados porque não têm batas nem máscaras suficientes e precisam que intensifiquemos a produção”, relata.

Conceição Dias, administradora do grupo Sonix / DR

Apelo a outras empresas têxtil

Conceicão Dias deixa um apelo a outras empresas têxtil para que ajudem a produzir equipamento médico. Para isso, a empresária disponibiliza a matéria prima de forma gratuita.

“Eu preciso de ajuda porque a produção que vamos encetar ainda não será suficiente”, alerta, revelando que ainda não é possível quantificar a produção média diária da Sonix. “Ainda é cedo, mas estamos todos virados para isso”.

Gel desinfetante

Uma das empresas do grupo, dedicada à nanotecnologia, também suspendeu as outras investigações e está dedicada a fabricar gel desinfetante, revelou a empresária a O MINHO.

“Estou à espera dos fornecedores, mas entretanto deve chegar um contentor com 24 toneladas para podermos continuar a produção”, reforça.

Sobre o estado de emergência

Caso seja decretado estado de emergência e as empresas não possam laborar, Conceição Dias pede uma “excepção” ao estado para as firmas que fabriquem material médico. “Não conseguimos trabalhar sem receber a matéria-prima, por isso há que ter em atenção esse aspecto”, reforou.

 

Aumento de 194 casos nas últimas 24 horas

O número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu para 642 casos em Portugal, anunciou, esta quarta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS), mais 194 do que na terça.

Fonte: DGS

De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, há 351 casos suspeitos que aguardam resultado laboratorial.

289 casos são no Norte do país, 243 na Grande Lisboa e 74 no Centro. Algarve tem 21 casos confirmados, Açores três e Madeira um. Há ainda nove portugueses no estrangeiro com confirmação de infeção.

Dos 642 confirmados, 89 estão internados enquanto os restantes recuperam em casa.

Há já três pacientes dados como curados e dois óbitos confirmados.

A nível nacional existem 20 em estado grave/crítico.

 
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