“Situação grave”. Doentes de Crohn sem medicamento no Hospital de Viana

ULSAM garante resolver problema até sábado
Foto: DR / Arquivo

A Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) confirmou hoje a falta de medicação para os doentes de Crohn seguidos no hospital de Viana do Castelo, estimando que a situação esteja resolvida “dentro de dois a três dias”.

Em resposta, por escrito a um pedido de esclarecimento enviado por O MINHO, a ULSAM referiu que a falta daquele medicamento ficou a dever-se “a um atraso na tramitação do processo de compra, ou seja, questões burocráticas”.

“O conselho de administração lamenta profundamente o ocorrido, nomeadamente os constrangimentos e a ansiedade que esta situação provocou, e está empenhado em envidar todos os esforços necessários para agilizar a entrega e normalizar a situação o mais rapidamente possível”, adianta.

A ULSAM não esclareceu desde quando é que os doentes de Crohn estão sem a medicação, nem o número de doentes que são seguidos no hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.

“Pode provocar uma agudização grave da doença”

A situação foi denunciada a O MINHO por um dos doentes, profissional de saúde, que foi confrontado com a falta do medicamento, o injetável Humira, na terça-feira, dia em que este lhe deveria ser administrado.

“Como eu, existe muitos utentes na mesma situação, em que pelo menos, desde o início da semana passada, não estão a fazer administração da medicação, o que pode provocar uma agudização grave da doença”, referiu Cristiano Silva.

O doente sublinhou ainda que o medicamento contribui para a melhoria da “qualidade de vida” dos doentes e que “apenas pode ser fornecida através da Farmácia Hospitalar da ULSAM”.

Contactada pela Lusa, a presidente da Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, Colite Ulcerosa e Doença de Crohn (APDI), Ana Sampaio, disse tratar-se de “uma situação grave, mas que não põe em risco de vida os doentes”.

Ana Sampaio adiantou que a falha pontual de medicação “não é exclusiva do hospital de Viana do Castelo”.

“Acontece os hospitais ficarem, temporariamente, sem medicação. Por vezes até pedem emprestado a outros hospitais para colmatarem as necessidades dos doentes”, afirmou a responsável.

No dia 05 de março, à Lusa, a Associação dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR) denunciou que a ULSAM não estava a disponibilizar o tratamento para esta doença, também por um atraso na tramitação do processo de compra.

Hoje, fonte da ULSAM referiu que o problema ficou resolvido no dia seguinte.

*com Lusa

 
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