O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins entregou na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) um pedido de anulação do despedimento coletivo de cerca de 400 trabalhadores da fábrica da Coindu, em Arcos de Valdevez, foi hoje divulgado.
A tomada de posição surge já depois de, hoje, o PCP ter enviado uma pergunta ao Governo na qual denuncia que a Coindu está a fazer um “despedimento coletivo encapotado” de 150 trabalhadores da Coindu, em Arcos de Valdevez e em Famalicão, onde também tem fábrica.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), José Simões, referiu que “alguns trabalhadores receberam cartas de despedimento”, procedimento que classificou de ilegal.
“Já realizámos dois plenários na empresa a informar os trabalhadores de que se trata de despedimento coletivo ilegal e que o caso já foi reportado à ACT. Há pessoas que assinaram as cartas e documentação sem saberem o que estavam a assinar. Quando tentam enganar as pessoas e o sindicato, aí ninguém nos para. Por esse motivo é que pedimos a anulação do despedimento coletivo”, sublinhou.
José Simões acrescentou que, na quinta-feira, reuniu-se com a administração da empresa de produção de estofos para automóveis, que manifestou “não ter a intenção de despedir a totalidade dos 400 trabalhadores”.
“Disseram-nos que muitas das pessoas são necessárias na empresa porque, entretanto, entrou trabalho, mas não precisou o número de trabalhadores”, avançou José Simões, que estimou em cerca de 800 o número total de funcionários da unidade fabril de Arcos de Valdevez.
José Simões referiu que “se o despedimento se concretizar a empresa ficará com cerca de 400 trabalhadores”.
Entretanto, O MINHO solicitou, por escrito, esclarecimentos à empresa, estando a aguardar resposta.
José Simões destacou que, “enquanto a situação não ficar esclarecida, o SIMA não irá desistir”.
“Vamos continuar a apoiar os trabalhadores. Mesmo que saiam da empresa, vamos ajudá-los a encontrar emprego nas outras fábricas instaladas na região. Informá-los dos direitos que têm ao dispor, desde o subsídio de desemprego, entre outras”, especificou.
Em Portugal, a Coiundu, fundada em 1988, tem ainda outra unidade fabril na freguesia de Joane, Vila Nova de Famalicão, que, segundo o SIMA, emprega cerca de dois mil trabalhadores.