A coordenadora da delegação de Braga do Sindicato dos trabalhadores do Comércio, Escritórios Serviços de Portugal (CESP) admitiu hoje processar a empresa Acciona pela não aplicação do contrato coletivo de trabalho para a limpeza.
Segundo Ana Paula Rodrigues, coordenadora daquela delegação, em causa estão também “a pressão e a repressão” alegadamente exercidas na Acciona Braga pelo superior hierárquico sobre as trabalhadoras, “sobretudo uma delegada sindical e outras sindicalizadas”.
“As trabalhadoras já enviaram um abaixo-assinado para a sede da empresa, em Lisboa, a denunciar aquelas situações. Se nada for feito, o caso segue para a Autoridade para as Condições do Trabalho e, eventualmente, para tribunal”, disse a dirigente do CESP, durante um plenário à porta da empresa.
Em relação à não aplicação do contrato coletivo de trabalho para o setor da limpeza, Ana Paula Rodrigues adiantou que “as trabalhadoras estão a ser altamente prejudicadas”.
Apontou, nomeadamente, o trabalho prestado no período noturno ou ao domingo, que não está a ser pago conforme o previsto no contrato coletivo de trabalho mas sim de acordo com o Código do Trabalho.
“No período noturno, por exemplo, estão a pagar apenas um acréscimo de 25 por cento”, criticou.
Paralelamente, Ana Paula Rodrigues denunciou “perseguição”, por parte da chefia, a trabalhadoras, com particular incidência à delegada sindical.
“Para as sindicalizadas tem um comportamento, para as outras tem outro comportamento muito diferente. Prejudica umas e beneficia outras”, apontou.
A Lusa contactou a Acciona, em Lisboa, mas os responsáveis da empresa escusaram-se a qualquer comentário.
Este plenário do CESP marcou o início de uma quinzena de luta dos trabalhadores das empresas de serviços, que terminará a 28 de março, com a participação na Manifestação Nacional da Juventude Trabalhadora, convocada pela CGTP-IN.