O SC Braga teve de esperar pelo desempate por grandes penalidades para garantir hoje a conquista da Taça da Liga de futebol pela terceira vez, depois do 1-1 diante do Estoril Praia no tempo regulamentar da final.
Perante os quase 19 mil espetadores que estiveram no Estádio Municipal de Leiria para assistir a uma inédita – e esperada por poucos – final entre equipas que afastaram, respetivamente, Sporting e Benfica nas meias-finais, os bracarenses ficaram a perder muito cedo, numa grande penalidade convertida por Cassiano aos seis minutos, mas empataram com um grande golo de Ricardo Horta, ainda na primeira parte.
Depois, num segundo tempo pobre, nenhuma das equipas teve capacidade para desfazer a igualdade e chegar à vitória para garantir o troféu no tempo regulamentar.
No desempate por grandes penalidades, o Braga foi eficaz e feliz: converteu cinco tentativas e beneficiou de um remate torto de Tiago Araújo para somar a terceira Taça da Liga da sua história diante do Estoril Praia que, pela primeira vez, disputou uma final da competição.
A equipa de Vasco Seabra entrou bem no jogo e marcou muito cedo, numa grande penalidade conquistada por Cassiano: aos três minutos, o avançado intrometeu-se numa bola que José Fonte parecia ter controlada, e foi derrubado na área pelo central.
Com um remate colocado, ao ângulo interior esquerdo da baliza de Matheus, o brasileiro pôs o Estoril a vencer na primeira oportunidade da final.
O SC Braga foi à procura do empate com método: João Moutinho ditava o ritmo de uma circulação segura, entre médios e avançados, à procura de espaços para chegar às alas. Daí saíam cruzamentos perigosos para o centro, à procura do desvio.
Não surgiram daí golos, mas o plano serviu para os bracarenses se instalarem no meio campo do adversário, que se fechou para segurar a vantagem.
Aos 12 minutos, um bom trabalho de Abel Ruiz quase deu o empate. O espanhol, que ganhou a titularidade depois do golo que valeu a vitória sobre o Sporting nas meias-finais, entrou bem na área, tirou um defesa da frente, mas rematou forte contra Dani Figueira.
A igualdade surgiu em grande estilo aos 20 minutos: canto de Zalazar na esquerda, a bola foi direta para Ricardo Horta que, sem marcação à entrada da grande área, rematou de primeira, de pé direito, para um grande golo.
O Estoril procurou reagir e libertar-se um pouco. Mas enquanto o Braga procurava usar a posse de bola para construir de trás para a frente, os ‘canarinhos’ tentavam surpreender com lançamentos longos para as costas da defesa contrária.
Mas a qualidade do jogo decaiu e, até final, houve demasiadas faltas, vários amarelos, múltiplos passes errados, falta de ideias e escassez de ocasiões de perigo.
As duas equipas lutaram bastante, mas conseguiram, sobretudo, anular-se mutuamente. O Braga foi ficando previsível, talvez por cair na tentação do favoritismo que o seu treinador temia antes do encontro, e os cascalenses recuaram demais, nunca conseguindo fazer vingar o contra-ataque.
Apercebendo-se da ineficácia da sua equipa, Artur Jorge trocou o apagado Álvaro Djaló por Roger e depois lançou Pizzi e Al Musrati. Mas sem efeito.
Do outro lado, Vasco Seabra organizou o Estoril com Holsgrove, mas Marqués e Heri estiveram longe de agitar a defesa contrária.
Face à incapacidade do SC Braga para superar a muralha defensiva contrária, o Estoril foi-se fechando e pareceu apostar cedo na decisão por grandes penalidades.
Os ‘arsenalistas’ só por uma vez estiveram perto de desfazer o empate no tempo regulamentar. Pizzi, em boa posição, atirou contra Dani Figueira, aos 84 minutos.
No desempate por grandes penalidades, Tiago Araújo rematou por cima da baliza de Matheus na última tentativa da série de cinco penáltis, garantindo o SC Braga a vitória por 5-4 e a terceira Taça da Liga do seu historial, depois das conquistas de 2012/2013 e 2019/20.
Cassiano adiantou os ‘estorilistas’ logo aos seis minutos, na conversão de uma grande penalidade, com Ricardo Horta a empatar a final aos 20. Nos penáltis, Tiago Araújo desperdiçou a quinta e última conversão para o Estoril Praia, depois de o SC Braga ter marcado todas com sucesso.
Na quinta final disputada na competição, o SC Braga ergueu o troféu pela terceira vez, após 2012/2013 e 2019/20, diante do ‘estreante’ Estoril Praia, que nunca tinha chegado à ‘final four’ da Taça da Liga.
Resumo
Resumo dos penáltis
Ficha de Jogo
Jogo no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria.
SC Braga – Estoril Praia, 1-1 após o tempo regulamentar, 5-4 no desempate por grandes penalidades.
Ao intervalo: 1-1.
No final do tempo regulamentar: 1-1.
Marcadores
0-1, Cassiano, 06 minutos (grande penalidade).
1-1, Ricardo Horta, 20.
Marcadores nos desempates por grandes penalidades:
1-0, Ricardo Horta.
1-1, Volnei.
2-1, João Moutinho.
2-2, Alejandro Marqués.
3-2, Abel Ruiz.
3-3, Heriberto Tavares.
4-3, Pizzi.
4-4, Wagner Pina.
5-4, Al Musrati.
5-4, Tiago Araújo (por cima).
Equipas
– SC Braga: Matheus, Víctor Gómez (Mendes, 76), José Fonte (Serdar, 76), Paulo Oliveira, Cristián Borja, João Moutinho, Vítor Carvalho (Al Musrati, 67), Zalazar (Pizzi, 67), Ricardo Horta, Álvaro Djaló (Roger, 56) e Abel Ruiz.
(Suplentes: Tiago Sá, Serdar, Al Musrati, Mendes, Roger, Pizzi, Rony Lopes, Chissumba e Djibril Soumaré).
Treinador: Artur Jorge.
– Estoril Praia: Dani Figueira, Pedro Álvaro (Volnei, 63), Bernardo Vital, Mangala, Wagner Pina, Mateus Fernandes, Koba Koindredi (Holsgrove, 59), Tiago Araújo, Rafik Guitane (Heriberto Tavares, 85), João Marques e Cassiano (Alejandro Marqués, 59).
(Suplentes: Marcelo Carné, Raúl Parra, Volnei, Holsgrove, Alejandro Marqués, Mor Ndiaye, João Carlos, Heriberto Tavares e Jovic).
Treinador: Vasco Seabra.
Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para José Fonte (05), Álvaro Djaló (22), Tiago Araújo (37), Mateus Fernandes (43), Wagner Pina (45+1), Rafik Guitane (62), Ricardo Horta (64), Dani Figueira (83) e Alejandro Marqués (90+5). Cartão amarelo para o treinador Vasco Seabra (43).
Assistência: 18.989 espetadores.